Joás pai de Gideão

Joás pai de Gideão foi um homem comum, morador da cidade de Ofra na tribo de Manassés. Conhecido por ter sido o pai do juiz.

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Joás pai de Gideão, da tribo de Manassés, foi um cidadão de Ofra, mais conhecido por ter sido o pai do juiz Gideão, o quinto juiz de Israel, levantado por Deus para libertar seu povo da opressão midianita.

Apesar de não ser um personagem central durante os relatos do período dos juízes em Israel, sua vida traz grandes ensinamentos para nós.


Nascimento e família

Joás pertenceu ao clã de Abiézer, um dos clãs da tribo de Manassés. Ele e sua família viveram na cidade de Ofra, uma cidade próxima da fronteira com a tribo de Efraim, numa região montanhosa.

Apesar da Bíblia não mencionar, é possível que Joás tenha sido contemporâneo de Débora, vivendo aproximadamente entre os anos de 1200 a.C. e 1130 a.C. Com isso, seus primeiros anos de vida teriam sido marcados pela opressão cananita de Jabim II, da cidade de Hazor, e seu general Sísera, de Harosete-Hagoim.

Após a libertação de Israel, liderada pela juíza Débora e Baraque, filho de Abinoão, ele desfrutou todo o período de paz conquistados pela derrota de Jabim II e seu exército.

Joás foi um morador comum da cidade de Ofra, que tinha posse de terras e exercia uma certa influência em sua comunidade. Reconhecido por possui um altar em adoração ao deus pagão Baal.

Além de Gideão, seu filho mais famoso, teve diversos outros filhos, que acabaram sendo assassinados durante as batalhas de libertação de Israel pelos reis midianitas Zeba e Zalmuna.

Sísera em cima de seu carro de guerra
Sísera em cima de seu carro de guerra

Gideão, filho de Joás

Gideão foi o quinto juiz levantado por Deus em Israel. Foi responsável por liderar o exército israelita contra as forças midianitas e amalequitas, durante as batalhas de libertação, ocorrido por volta dos anos 1150 a.C.

Foi reconhecido como um homem temente a Deus, que seguiu as ordens do Senhor e mesmo com liderando um improvável exército, de apenas 300 homens, conquistou a liberdade de sua Terra através da fé e obediência.

O nome Gideão tem sua origem no hebraico Gidʻon (גִּדְעוֹן) e tem como significado “aquele que corta com um montante”. [1]

Ilustração do juiz Gideão liderando seu exército durante a batalha. Joás pai de Gideão
Ilustração do juiz Gideão liderando seu exército durante a batalha

Idolatria de Joás pai de Gideão

No início e grande parte de sua vida Joás foi uma homem idólatra, que adorava e conduzia o culto a Baal e Aserá na cidade de Ofra, em Manassés.

A Bíblia nos relata que ele possuía um altar de adoração a Baal em sua cidade, o que indica ela poderia ter sido uma espécie de líder religioso em sua comunidade durante esse período de apostasia.

O texto bíblico deixa claro sua influência religiosa, quando após Gideão destruir o altar de Baal, os moradores da cidade dão ouvidos a sua defesa do filho.

Adoração a Baal

Os altares a Baal eram levantadas em lugares atos, geralmente no topo dos montes em locais arborizados.

Nestes altares se queimavam incensos, realizavam danças ritualísticas, sacrificavam animais e os sacerdotes se cortavam até seu jorrar sobre o altar. Tais práticas eram condenadas pelo Senhor.

Essa adoração a Baal e Aserá, ocorrida após a morte da juíza Débora, ilustra a confusão espiritual de Israel e o distanciando que tiveram do Senhor e seus ensinos. A adoração de Joás é reflexo da apostasia de seu tempo.

Estátua de bronze de Baal, datada dos séculos XIV–XII a.C., encontrada em Ras Shamra (antiga Ugarite), perto da costa da Fenícia. Museu do Louvre
Estátua de bronze de Baal, datada dos séculos XIV–XII a.C., encontrada em Ras Shamra (antiga Ugarite), perto da costa da Fenícia. Museu do Louvre

Opressão midianita

Devido ao distanciamento dos israelitas dos caminhos do Senhor. Deus permitiu que Israel caísse sob o domínio e opressão midianita, amalequitas e demais povos do leste.

Os povos a leste de Israel, invadiam suas terras, roubavam seu gado e sua colheita, trazendo grande pobreza e insegurança para as tribos (Jz 6:3-4).

Por sete anos os israelitas sofreram com as invasões midianitas, até que se lembraram de Deus e o adoraram, clamando por socorro (Jz 6:6).

Ilustração dos midianitas oprimindo Israel
Ilustração dos midianitas oprimindo Israel

Joás viveu de perto a opressão dos povos do leste, pois a cidade de Ofra se encontrava próxima a rotas comerciais, perto dos monte de Efraim. Na rotas comerciais os midianitas assaltavam os mercadores que levavam os cerais, especiarias e produtos de comércio através das tribos israelitas.

Após o pedido de socorro, Deus envia um de seus profetas, que lembra Israel dos feitos de Deus no passado, no tempo do Egito, e lhes revela seus erros e pecados.

Depois de lhes revelar os pecados, Deus levanta Gideão, que lidera Israel contra os midianitas, amalequitas e povos do leste.


Gideão e o altar de Baal, levantado por Joás

Após o pedido de socorro de Israel, Deus chama Gideão, um dos filhos de Joás, para conduzir Israel contra Midiã.

Como primeira tarefa recebida por Deus, Gideão precisa derrubar o altar a Baal levantado por seu pai em Ofra. Com medo das represálias dos cidadãos da cidade, ele, juntamente com dez homens de confiança, realizam a tarefa durante a noite.

Assim Gideão e seus homens derrubaram o altar de Baal, levantado por Joás, e a o poste-ídolo de Aserá, que encontrava ao lado.

Ao amanhecer os cidadãos da cidade se revoltam com o ocorrido e investigam os culpados, até chegarem a Gideão.

Gideão destruindo o Altar de Baal (gravura)
Gideão destruindo o Altar de Baal (gravura)

Revoltados, os moradores de Ofra decidem matar Gideão pelo seu feito. Neste momento Joás se levanta em defesa de seu filho e realiza, provavelmente, o discurso mais importante de sua vida., dizendo:

“Se Baal fosse realmente um deus, poderia defender-se quando derrubaram seu altar”

Juízes 6:31 (NVI)

Sua resposta acalma a multidão, que desiste de assassinar seu filho. Essa resposta também é vista como uma possível conversão de Joás, na qual ele reconhece que se Baal de fato fosse um deus, não permitiria que alguém fizesse algum mal contra seu lugar de adoração.

Depois daquele dia os habitante de Ofra passaram a se referir a Gideão, como Jerubaal, que significa “adversário de Baal”.

Se após isso, de fato ele se converteu a Deus ou não, não é possível dizer. Mas é uma suposição válida, visto que o texto bíblico sugere que durante a vida de Gideão, Israel voltou a adorar ao Senhor.


Gideão, seu filho, como libertador de Israel

Depois do ocorrido do altar de Baal em Ofra, o Senhor conduziu Gideão rumo a libertação de Israel.

Gideão reuniu um exército de 22 mil homens israelitas vindos das tribos de Manassés, Zebulom, Naftali e Issacar. Mas Deus deu ordens para que todos os homens que estivessem com medo da batalha, retornassem para suas casas. Com isso o exército israelitas foi reduzido a 10 mil soldados.

Deus considerando que o exército ainda estava grande e que Israel se gloriaria de si mesmo após a vitória, não reconhecendo que o Senhor os conduzia a liberdade, ordena que Gideão leva os homens até um lago próximo.

No lago Deus ordena que seja separado os homens que bebessem água colocando a boca diretamente na água, daquele que levassem a água com as mãos até a boca para beberem. Desse modo os que beberam água das mãos foram escolhidos para seguir com Gideão, enquanto o restante foi enviado de volta para suas casas. Assim o exército ficou reduzido a apenas 300 soldados.

Ilustração do exército de Israel bebendo água na beira d'água
Ilustração do exército de Israel bebendo na beira d’água

Próximo ao monte Gileade, Gideão conduziu seu exército em um confronto contra os midianitas. Ele dividiu seus 300 homens em três grupos, lhes deu trombetas, cântaros e tochas. Por volta da meia noite invadiram o exército inimigo, tocaram as trombetas, quebraram os cântaros e gritaram. Com a confusão, os soldados do exército inimigo se apavorou e fugiram, durante a confusão começaram a matar uns aos outros.

Os israelitas perseguiram seus inimigos pelas cidades de Bete-Sita e Abel-Meolá. Até que derrotaram completamente os midianitas, matando os reis Zeba e Zalmuna perto das cidades de Noba e Jogbeá.


Morte de Joás

Joás morreu em uma idade avançada e foi sepultado em Ofra, no mesmo túmulo onde Gideão foi sepultado anos depois.

Ele foi o pai de um dos maiores heróis de Israel, que foi usado por Deus para libertar seu povo da opressão e para restaurar a adoração ao Senhor. Ele é visto, por alguns, um exemplo de alguém que se arrependeu de sua idolatria e que se tornou um defensor da fé em Deus.


Etimologia e significado do nome “Joás”

O nome Joás é um nome hebraico que significa “fogo de Deus” ou “Deus deu”. É composto das palavras “Yahweh” (Deus) e “‘aish” (fogo). [2]

Este nome aparece diversas vezes no texto bíblico. Sendo os principais personagens com esse nome:

  • O pai do juiz Gideão;
  • O rei de Judá, filho de Acazias;
  • O rei de Israel, filho de Jeoacaz.

Aprenda mais

[Podcast] Quem foram os juízes? Btcast.

[Vídeo] Juízes. Bible Project – Português.

[Livro] Box personagens bíblicos. Alexander Whyte.

[Livro] Manual Bíblico. John MacArthur.

[Livro] O que aprendemos com a história de Gideão. Eraldo Carlos Batista.


Fontes

[1] Gideão. Dicionário de nomes próprios.

[2] Significado do nome Joás. Revista Crescer.

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