Ramate-Leí

Ramate-Leí, também chamada apenas por Léi, foi uma pequena cidade israelita da tribo de Judá na região da Sefelá. Lembrada pelas batalhas de Sansão contra os filisteus.

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Leí, ou Ramate-Leí, é uma cidade bíblica mencionada no livro de Juízes, como sendo o local onde o local onde o juiz Sansão conquistou uma grande vitória sobre os inimigos filisteus. Essa cidade fica localizada na região da Sefelá, uma faixa de montanhas baixas que liga a Judeia com a costa do mar Mediterrâneo.

Embora seja uma cidade citadas poucas vezes ao longo do texto bíblico, sua história é marcante para o povo Israel. Sua história lembra os israelitas do livramento e cuidado do Senhor para livrá-los do inimigo.

Neste artigo apresentamos a história desta simples cidade da Sefelá, assim como suas características geográficas e significado do nome.


História de Ramate-Leí

Por ser uma cidade com poucas menções bíblicas, muito de sua história se perdeu e é desconhecido. Entretanto, com base em seu contexto histórico e relatos bíblicos, é possível remontar muito de seu passado.

Fundação de Leí

Como a cidade não é mencionada entre as cidades conquistadas por Israel durante a conquista da Terra Prometida, acredita-se que ela tenha sido fundada após a chegada dos israelitas em Canaã.

A cidade foi construída pela tribo de Judá durante os primeiros anos do tempo dos juízes. Sendo da região da Sefelá, a cidade acabou sendo habitada tanto pelos descendentes de Judá quanto pelos descendentes de Dã e Simeão.

Sansão ataca os filisteus em Leí

Certamente o principal relato envolvendo a cidade, foi a batalha de Sansão contra os filisteus. Conforme registrado em Juízes 15, o juiz Sansão, filho de Manoá, se escondeu em uma caverna na Rocha de Etã, próximo a cidade de Leí.

O exército filisteu subiu a Sefelá com um grande exército em busco de Sansão. Com medo da invasão, alguns líderes da tribo de Judá foram até a caverna capturar o juiz israelita e entregá-lo aos filisteus.

Sem resistência, Sansão foi levado até o inimigo. Conforme relata a Bíblia, quando Sansão foi posto diante do exército filisteus, o Espírito do Senhor se apossou dele. O juiz israelita pegou uma queixada de jumento e matou mil homens do exército inimigo, causando grande derrota aos filisteus.

Depois da vitória a cidade recebeu o nome de “Ramate-Leí”, que significa “colina da queixada” (Jz 15:14-17).

A batalha de Sansão contra os filisteus, certamente é o principal evento da história da cidade.

Ao longo da história dos juízes não houve mais menções a cidade. É provável que ela tenha se mantido entre as disputas territoriais dos israelitas e filisteus, passando constante pelo domínio de ambos.

Sansão Mata Milhares de Homens com a Queixada de um Jumento (c. 1896–1902) por James Tissot
Sansão Mata Milhares de Homens com a Queixada de um Jumento (c. 1896–1902) por James Tissot

Samá, um dos valentes de Davi, derrota muitos filisteus em Leí

Durante o início da monarquia israelita, durante o reinado de Davi, o exército filisteu realizou uma grande investida contra a cidade de Leí.

A Bíblia relata que durante o acampamento do exército inimigo nas proximidades da cidade, o exército israelita fugiu de medo, mas Samá, filho de Agé, se escondeu entre os campos da região para preparar um contra-ataque.

O Senhor levou Samá a vitória, que derrotou os filisteus e impediu o domínio inimigo da região.

Período da monarquia

No restante do período de monarquia israelita, após o reinado de Davi, não houve menções a cidade de Leí. Acredita-se que ela, assim como várias cidades da região da Sefelá, tenham passado constantemente pelo domínio de diversos povos, sendo palco de batalhas de diversas batalhas.

No fim da monarquia israelita acredita-se cidade passou para o domínio do exército assírio, durante a conquista de Senaqueribe da Filístia e da Sefelá. Diversas cidades como Gaza, Asdode e Láquis caíram sob a invasão neo-assíria, apesar de não ser dito, é certo que Leí foi uma das cidades conquistadas.

Declínio e desaparecimento da cidade

Como política de controle, o Império Assírio, e posteriormente o Império Babilônico, forçou a população local da Sefelá a migrarem para outras regiões do império, o que levou a desocupação e abandono das cidades.

Muitas cidades se tornaram ruínas e foram esquecidas pelos habitantes locais, dentre elas, Leí.

Com o repovoamento da região, com a queda da Babilônia e o domínio Persa, apenas as cidades principais, como Zorá, foram reconstruídas. Deixando com que cidades de menor importância, como Leí, se perdessem na história.

Ilustração de uma pequena cidade mesopotâmica em ruínas
Ilustração de uma pequena cidade mesopotâmica em ruínas

Geografia, clima e localização de Ramate-Leí

Sendo uma cidade da Alta Sefelá, do vale de Soreque, sua geografia era marcada um solo argiloso e fértil. Com florestas de árvores baixas e grandes vales.

A cidade se beneficiava pelos vários rios regionais, pelas características do solo e pelo clima mediterrâneo, que possibilitavam o plantio de diversos cereais, frutas e legumes.

Dentre os principais produtos cultivados nas proximidades da cidade, estão:

  • Cevada;
  • Oliveiras;
  • Vinhas.

Localização de Ramate-Leí

A localização exata de Leí, também chamada de Ramate-Leí, é incerta. Alguns supõem que talvez se localizava onde hoje são as ruínas de Wadi al-Sarar, próximo das antigas ruínas de Zorá e Timna. Apesar de ser uma possibilidade, sua comprovação ainda carece evidências arqueológicas. [1]

Mapa de Ramate-Leí, também chamada de Leí
Mapa de Ramate-Leí, também chamada de Leí

Significado de “Ramate-Leí”

A palavra “Leí” vem do hebraico Le’hi (לֶחִי) e significa “colina” ou “lugar elevado”. [1]

Já o nome “Ramate-Leí”, é a junção do antigo nome “Leí” com “Ramate”. A palavra “Ramate” vem do hebraico Ramath (רָמַת) que significa “mandíbula” ou “queixada”, com isso o nome da cidade era “Colina da queixada”. [1]


Suporto profeta Leí, segundo o Livro de Mórmom

Segundo o Livro de Mórmom, existiu um profeta israelita chamado Leí. Este profeta teria vivido durante o reinado de Zedequias, o último rei de Judá, sendo, dessa forma, contemporâneo do profeta Jeremias.

Ele também seria pai de Néfi, outro suposto profeta israelita de acordo com o Livro de Mórmom.

Leí e Néfi, teriam ajudado algumas família israelitas a fugirem de Jerusalém durante a invasão babilônica a cidade. Segundo o relato o mórmom, eles conduziram as família através da região de Gileade até a Península Arábica.

Na Península Arábica eles teriam vivido alguns anos em Naom, uma cidade da região. Durante esses poucos anos parte do grupo veio a falecer, devido a velhice e exaustão.

O grupo de israelitas seguiram para leste, até o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã. Onde supostamente Néfi recebeu uma visão do Senhor, os instruindo a pegar um navio rumo a nova “Terra Prometida”, rumo aos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos os filhos de Leí geraram dois povos, os nefitas e os lamanitas, descendente de Néfi e descendentes de Lamã. Esses povos viveram em constante conflito até acabarem se mesclando naturalmente. Esses seriam os ancestrais dos nativos americanos.

** Registramos esse relato para conhecimento do leitor, não cremos nas histórias registradas no Livro de Mórmom.


Aprenda mais

[Podcast] Quem foram os juízes? Btcast.

[Vídeo] Juízes. Bible Project – Português.

[Vídeo] SANSÃO – A verdadeira historia. Israel com a Aline.

[Livro] Box personagens bíblicos. Alexander Whyte.

[Livro] Manual Bíblico. John MacArthur.

[Livro] Atlas Ilustrado da Bíblia. André Daniel Reinke.


Fontes

[1] Lehí. Atlas Bible.

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