Sifrá

Sifrá foi uma das parteiras que se recusou a ordem de faraó de impedir o nascimento das crianças, durante o tempo da escravidão no Egito.

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Sifrá é uma das duas parteiras hebreias mencionadas no livro de Êxodo. Ela é uma figura inspiradora na Bíblia, representando a força para defender seu povo.

Sua história ressoa como um testemunho da capacidade humana de agir com coragem e fé diante dos inimigos.


Família e nascimento de Sifrá

A Bíblia não faz relatos sobre a família ou local de nascimento Sifrá, acredita-se que ela tenha nascido no Egito, após Jacó e os demais hebreus se estabelecerem na região de Gosen.

Algumas tradições judaicas descrevem ela como uma mulher que não era escravizada, mas contratada pelo faraó, e que foi salva da escravidão durante todo o tempo no Egito.

Essas interpretações, no entanto, não são universalmente aceitas e devem ser consideradas dentro do contexto das tradições e ensinamentos que as originaram, sendo rejeitadas pela maioria dos teólogos.

Estatueta funerária (ushabti) de escravo, originário de uma tumba do período do Antigo Reino. Museu de Belas Artes (Budapeste)
Estatueta funerária de um escravo do antigo Egito,

Interpretações do Midrash

Há interpretações do Midrash, um antigo comentário judaico, que identificam Sifrá com Joquebede, a mãe de Moisés, e sugerem que Puá poderia ser Miriã, irmã de Moisés, tornando as duas parteiras mãe e filha, respectivamente. [1]

Essa interpretação não é coerente com a narrativa bíblica e por conta disto não é aceita pelos estudiosos.


A história de Sifrá e Puá

Sifra, junto com Puá, foi instruída pelo faraó do Egito a matar todos os meninos hebreus recém-nascidos como parte de um plano para controlar a população dos israelitas.

A perseguição de faraó contra os hebreus

O faraó do Egito, temia o crescimento da população hebreia/israelita em seu território, e por isso ordenou às parteiras da região de Gosen que interrompessem o nascimento das crianças hebreias e, se necessário, assassinassem os recém nascidos do sexo masculino assim que nascessem.

O faraó tinha medo dos israelitas se tornarem um povo numeroso e forte com o tempo, a ponto de iniciarem uma rebelião contra o Egito. Com essa ordem, ele buscava controlar a população hebreia e evitar uma possível rebelião futura.

A coragem de Sifrá e Puá

Apesar da ordem de faraó, Sifrá e Puá decidiram desobeder e se recusaram a matar os meninos recém nascidos logo após o parto.

Muitos cristãos admiram a coragem das duas parteiras e as consideram como exemplos de fé e coragem diante de ordens injustas.

Alguns consideram a decisão delas como um ato de rebeldia e revolta contra o poder do faraó e a opressão causada pelos egípcios. Entretanto, entendemos que seja mais um ato de temor ao Senhor e um sentimento de proteção para com o seu povo e não um ato pensado de rebelião contra um opressor cruel.

Ilustração de Sifrá e Puá
Ilustração de Sifrá e Puá

“Por que estão deixando que os meninos vivam? Elas responderam: — É que as mulheres israelitas não são como as egípcias. Elas dão à luz com facilidade, e as crianças nascem antes que a parteira chegue.”

Êxodo 1:17-19 (NTLH)

O legado de Sifrá e Puá

A história de Sifrá é um exemplo poderoso de resistência contra a injustiça e a opressão. Ela é lembrada como uma heroína que, com sua colega Puá, escolheu fazer o que era certo aos olhos de Deus, apesar dos riscos envolvidos.

Sua ação não só salvou muitas vidas, mas também permitiu que o futuro líder de Israel, Moisés, sobrevivesse.

É possível que sua atitude tenha corroborado para o fortalecimento do povo de Israel e o crescimento de sua população nas gerações seguintes. O que possibilitou Israel ter um povo forte o suficiente para conquistar a Terra Prometida.

Ilustração de Israel escapando do Egito
Ilustração de Israel escapando do Egito

Citação a Sifrá em achados arqueológicos no Egito

O nome de Sifrá é encontrado em uma lista de escravos no Egito durante o reinado de Sebecotepe III (1878-1841 a.C.), período que corresponde ao tempo de escravidão dos hebreus no Egito. Essa lista está documentada no papiro Brooklyn 35.1446, mantido no Museu do Brooklyn. [3]


Significado do nome “Sifrá”

O nome “Sifrá” vem do hebraico Shiphrah (שפרה), provavelmente significa “bonita”. Em algumas traduções da Bíblia, o nome é traduzido para Sefra.


Aprenda mais

[Vídeo] Sifrá e Puá Temendo Mais a Deus do que aos Homens | PERSONAGEM BÍBLICO | Voz: Herbeth Lins. Abra a Jaula.

[Livro] Manual Bíblico. John MacArthur.

[Livro] Atlas Ilustrado da Bíblia. André Daniel Reinke.

[Livro] Juízes para você: Série: a Palavra de Deus para você. Timothy Keller.


Fontes

[1] Gur Aryeh de Judá Loew ben Betzalel: Sifrei chachamim (‘Livros dos Sábios’)

[2] Sifrá. Apologeta.

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