João Batista foi um profeta enviado por Deus para preparar o caminho para o Messias, Jesus Cristo. Ele é um dos personagens mais importantes da história do Cristianismo e das narrativas do Novo Testamento.
Sendo uma figura importante nas narrativas do Novo Testamento, sua vida transcende o tempo, inspirando gerações com sua mensagem de arrependimento, justiça e preparação para a vinda do Messias.
Neste artigo vamos explorar os diversos aspectos da vida de João, desde suas origens humildes até seu papel crucial como aquele que viria antes de Jesus Cristo, examinando suas mensagens, seus desafios e seu legado duradouro no panorama espiritual e histórico.
Família de João Batista
João batista nasceu no início da Era Moderna, enquanto Herodes, o grande, reinava sobre a região de Israel, englobando toda a Judeia e Galileia. Ela foi o único filho de seus pais, Zacarias e Isabel.
Seus pais eram conhecidos por serem tementes ao Senhor e por serem parentes da família de Maria, a mãe de Jesus.
Sendo João parente de Jesus, alguns estudiosos sugerem que ambos cresceram próximos. Convivendo e passeando um na casa do outro ao longo da infância e adolescência. Também é provável que ambos viajassem juntos durante as caravanas de Páscoa para Jerusalém.
A Bíblia não relata nenhum relacionamento envolvendo João. Ele não se casou e viveu solteiro.
Zacarias, pai de João Batista
Zacarias, um dos sacerdotes de Israel no tempo de Herodes o grande, é conhecido por ter sido o pai de João Batista. A bíblia o descreve como um sacerdote justo e piedoso.
O sacerdote nasceu por volta do ano 50 a.C., durante o fim do governo Asmoneu, antes de Herodes assumir o poder na região.
Durante todo o seu tempo de vida, Israel foi dominada pelo império romano. Alguns creem que ele morreu por volta de 20 d.C., antes de Jesus iniciar seu ministério.
Apesar de não ser tão citado na bíblia, além dos relatos acerca do nascimento de seu filho, podemos afirmar que Zacarias era um homem admirado e respeitado em sua comunidade.
Isabel, mãe de João Batista
Isabel, esposa de Zacarias, é conhecida por ser a mãe de João Batista e ter sido prima de Maria mãe de Jesus. Ela é descrita na Bíblia como uma mulher justa e piedosa, que engravidou de João em idade avançada.
Assim como Zacarias, Isabel provavelmente nasceu entre os anos 50 e 40 a.C., tendo vivido a maior parte de sua vida sob o governo de Herodes, o grande, em Israel.
Nascimento de João Batista
O nascimento de João Batista foi um milagre realizado por Deus em sua família. Seus pais, Zacarias e Isabel, estavam em idade avançada, o que impossibilitava de terem um filho, e sua mãe era uma mulher estéril, que não poderia conceber e gerar uma criança.
A história de João se inicia antes de seu nascimento, quando seu pai teve um encontro com um anjo do Senhor enquanto trabalhava no templo de Jerusalém. Nesta seção vamos detalhar todos os eventos envolvendo o nascimento deste importante personagem bíblico.
O anúncio do anjo à Zacarias
Um dia, enquanto Zacarias se encontrava no templo do Senhor em Jerusalém, um anjo do Senhor (Gabriel) lhe apareceu anunciando que Isabel, sua esposa, conceberia e lhe daria um filho. O anjo lhe instrui que seu filho deveria ser chamado de João e que este exerceria um grande papel para Deus, preparando o caminho para o Messias.
Assustado, Zacarias questiona o anjo sobre como isto seria possível, visto que além de sua esposa ser estéril, ambos já eram idosos.
Devido a sua incredulidade, ao ter duvidado do milagre, o anjo declara que Zacarias ficaria mudo até o dia que seu filho nascesse.
Após o encontro com o anjo, Zacarias retorna a sua casa e passado um tempo Isabel se encontra grávida.
Isabel durante a gravidez
Conforme registrado no texto bíblico, Isabel passou os primeiros cinco meses de sua gravidez resguardada em sua casa, sem ter contato com as demais pessoas. apesar da Bíblia não explicar seus motivos para isto, é provável que ela tenha se ocultado para se cuidar e garantir que nada de ruim ocorresse durante a gestação. Sua idade avançada deve ter exigido maiores cuidados durante a gravidez do que das mulheres mais jovens.
Encontro de Isabel e Maria, mãe de Jesus
No Evangelho de Lucas no capítulo 1 entre os versículos 39 e 56, é descrito que após o quinto mês de gestação de Isabel, Maria, que recém havia recebido a notícia que engravidaria do Messias, visita sua prima na Judeia.
Maria ao chegar, saudou sua prima Isabel. No momento em que Isabel ouviu a saudação, o bebê que estava em seu ventre (João Batista) saltou de alegria, e Isabel foi cheia do Espírito Santo. Ela então proclamou bençãos sobre Maria e seu filho.
Esse encontro é admirado por muito cristãos, pois representa a comunhão e a solidariedade entre essas duas mulheres que compartilhavam experiências extraordinárias em relação às gestações de seus filhos, ambos com missões extremamente importantes dadas por Deus.
O nascimento de João Batista
Dado o tempo da gestação, Isabel dá a luz a seu filho. A Bíblia relata que todos os vizinhos e parentes se alegraram junto dela.
Na época uma mulher que não gerava filhos é vista como amaldiçoada pela comunidade, Isabel dar a luz em idade avançada era visto tanto como um sinal de que ela não era amaldiçoada, como ela era agraciada por Deus, pois o Senhor lhe permitiu dar a luz mesmo sendo idosa.
Conforme a tradição judaica, seguindo a ordem dada pelo Senhor através de Moisés, seu filho foi circuncidado no oitavo dia de nascido.
Como de costume, o homens da cidade queriam nomear a criança com o nome de algum parente de Isabel ou Zacarias, entretanto ela se recusou e disse que o nome da criança deveria ser João.
Houve uma breve discussão a cerca do nome da criança, até que o questionam seu esposo Zacarias, que ainda se encontrava mudo, e este, conforme a instrução do anjo, escreve em uma pedaço de madeira que o nome da criança seria “João”.
Profecia de Zacarias
Após declarar que o nome de seu filho seria “João”, Zacarias volta a falar e é cheio do Espírito Santo. Zacarias profetiza acerca de seu filho e do ministério que exerceria para o Senhor.
“E você, menino, será chamado de profeta do Deus Altíssimo e irá adiante do Senhor a fim de preparar o caminho para ele. Você anunciará ao povo de Deus a salvação que virá por meio do perdão dos pecados deles.”
Lucas 1:76-77 (NVI)
Ministério de João Batista
A Bíblia não nos dá muitos detalhes sobre a vida de João antes do seu ministério, além dos detalhes envolvendo sua concepção e nascimento.
João Batista pregava no deserto da Judeia, chamando o povo ao arrependimento e ao batismo, como sinal de uma nova vida. Ele anunciava que o reino dos céus estava próximo e que alguém maior do que ele viria para batizar com o Espírito Santo e com fogo.
Não se sabe ao certo com qual idade João iniciou seu ministério, o mais provável é que tenha iniciado alguns anos antes de Jesus Cristo ser batizado e iniciar seu ministério de três anos. Com isso, supõem-se que João começou a pregar por volta de seus 30 anos.
João como o cumprimento das profecias do Antigo Testamento
João Batista era o cumprimento das profecias do Antigo Testamento que falavam de um mensageiro de Deus que precederia o Messias. Abaixo listamos algumas dessas profecias:
- Isaías 40:3-5 – Isaías profetiza que uma voz clama no deserto, ordenando que se prepare o caminho do Senhor, que se endireitem as veredas para a sua vinda. Essa voz é João, que prega no deserto e convida as pessoas a se arrependerem dos seus pecados e a se alinharem com a vontade de Deus. A vinda do Senhor é a vinda de Jesus, o Filho de Deus, que revela a sua glória e salvação. Em Mateus 3:3 essa passagem é citada como forma de apresentar o profeta João;
- Malaquias 3:1 – Malaquias profetiza que Deus enviará o seu mensageiro para preparar o caminho diante dele, e que em seguida virá o Senhor, a quem eles buscam, ao seu templo. Esse mensageiro é João Batista, que prepara o caminho para Jesus, o Senhor, que visita o seu templo e ensina com autoridade;
- Malaquias 4:5-6 – Malaquias profetiza que Deus enviará Elias, o profeta, antes do grande e terrível dia do Senhor, para converter os corações dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. Esse Elias é João, que vem no espírito e no poder de Elias, para restaurar as relações familiares e sociais, e para preparar um povo bem disposto para o Senhor.
Início do ministério de João Batista
O texto bíblico nos relata que João viveu no deserto até o dia em que Deus o chamou para iniciar o seu ministério (Lc 1:80). Não sabemos exatamente quando isso aconteceu, mas alguns estudiosos estimam que foi por volta do ano 27 ou 28 d.C., quando João tinha cerca de 30 anos.
João começou a andar na região do rio Jordão, pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados (Lc 3:3). Sua pregação causou um grande impacto na sociedade da época. Muitas pessoas iam ao seu encontro para ouvir a sua mensagem e se batizar.
Ele denunciava os pecados do povo e das autoridades religiosas/políticas de sua época. Anunciava que o Reino de Deus estava próximo e que viria alguém mais poderoso do que ele, que batizaria com o Espírito Santo e com fogo (Lc 3:16).
A Bíblia relata que durante o início de seu ministério João Batista recebia a visita dos religiosos de sua época, fariseus e saduceus, que lhe questionavam se ele era o Messias prometido. João sempre lhes respondia, com base nas profecias do Antigo Testamento, que ele era aquele que prepararia o caminho para o Messias.
João Batista batiza Jesus
Um dia qualquer Jesus viajou da Galileia até a região do rio Jordão onde João batizava as pessoas para arrependimento.
Ao se aproximar João reconheceu Jesus como o Messias prometido e se recusou a batizá-lo, dizendo que ele é que precisava ser batizado por Jesus.
Mas Jesus insistiu, dizendo que era necessário cumprir toda a justiça. Então João obedeceu e batizou Jesus nas águas do Jordão.
Quando Jesus saiu da água, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma de pomba. Uma voz do céu declarou: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado”.
Esse foi um testemunho público de que Jesus era o Filho de Deus, o Salvador enviado ao mundo. Este evento marca o início do ministério de Jesus Cristo.
Discípulos de João Batista
A Bíblia não menciona quantos discípulos João Batista tinha exatamente, mas sabemos que alguns deles se tornaram discípulos de Jesus depois. Entre eles estavam André, o irmão de Pedro, e provavelmente João, o escritor do Evangelho (Jo 1:35-40).
Além de André, a Bíblia relata um grupo de doze homens em Éfeso, que foram batizados no Espírito Santo por Paulo (At 19:1-7).
Os nomes dos discípulos de João Batista, mencionados na Bíblia, são:
- André (Jo 1:35);
- João (Jo 1:35);
- Simão Pedro (Mt 4:18);
- Filipe (Jo 1:43);
- Natanael (Jo 1:45);
- E possivelmente Judas (não o Iscariotes) (Jo 14:22).
Prisão e morte de João Batista
João continuou a pregar e a batizar após o batismo de Jesus, até que foi preso por Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe, com quem ele vivia em adultério.
Ele repreendia Herodes por essa e outras maldades que ele fazia (Lc 3:19-20), denunciando seus pecados. Herodes desejava matar João, mas por temer o povo, que o consideravam um profeta, decide prendê-lo. Apesar de seu medo por João, Herodes admirado o que ele pregava e ouvia atentamente o dizia (Mc 6:17-20).
Morte de João Batista
No aniversário de Herodes, ele fez um grande banquete para seus nobres e oficiais. A filha de Herodias, Salomé, dançou diante deles e agradou tanto a Herodes que ele prometeu dar-lhe qualquer coisa que ela pedisse.
Após consultar sua mãe, ela pediu a Herodes a cabeça de João em uma bandeja. Herodes ficou muito triste, mas não quis voltar atrás em sua palavra diante dos convidados. Então ele mandou um soldado cortar a cabeça de João na prisão e trazê-la para Salomé, que a entregou a sua mãe.
Os discípulos e seguidores de João souberam disso e foram buscar seu corpo para sepultá-lo.
O evangelho de Mateus nos conta que, quando Jesus soube da morte de João, ele se retirou para um lugar deserto, à parte, para orar (Mt 14:13). Certamente Jesus sentiu a perda de João, seu parente, e por isso se retirou para refletir sobre sua morte.
Características e personalidade de João Batista
De acordo com os Evangelhos, João Batista era um homem que possuía um temperamento forte. Com base nos relatos bíblicos, notamos que ele respondia com rispidez aos religiosos de seu tempo.
João se vestia de forma muito simples. O profeta usava roupas feitas a partir de pelos de camelo e um cinto de couro (Mt 3:4). Ele se alimentava de mel silvestre e gafanhotos, além de não consumir bebidas fortes.
Apesar de não ser dito explicitamente no Novo Testamento, João adotava um estilo de vida nazireu, assim como o juiz Sansão deveria ter adotado.
O legado de João Batista
A história e vida de João Batista se tornou muito influente na história do cristianismo, e outras religiões, ao longo do séculos. Os eventos que ocorreram em sua história influenciaram e foram retratadas em diversas obras de arte, músicas, poesias, livros, filmes e séries.
Nas artes
Nas arte João é retratado em diversas obras de pintores famosos, como Leonardo da Vinci e Caravaggio (Michelangelo Merisi).
Diversos mosaicos e pinturas referentes ao período bizantino e Idade Média ressaltaram a humildade e martírio de João Batista. Nas pinturas deste período o profeta costuma ser representando segurando uma cruz ou um cajado, símbolos do seu papel de precursor de Cristo. Seus trajes feitos a base de pelos e couro também eram sempre destacados para mostrar sua simplicidade. [1]
Os dois episódios da vida de João que foram mais representados pelos artistas são:
- O batismo de Jesus no rio Jordão, realizado por João;
- Sua decapitação por ordem de Herodes Antipas.
Pintura Leonardo da Vinci
Uma das pinturas mais famosas sobre João Batista é a de Leonardo da Vinci, que data do século XVI. Nela, vemos João com um sorriso enigmático, apontando para o céu.
A sua expressão sugere uma sabedoria mística e uma intimidade com Deus. A pintura reflete a visão renascentista do cristianismo, que valorizava a beleza, a harmonia e a racionalidade.
Pintura de Caravaggio
Outra pintura famosa é a de Caravaggio, que data do século XVII. A obra retrata a execução de João, com Salomé próxima a ele segurando uma bandeja de ouro, preparando-se para receber sua cabeça. Uma outra mulher, possivelmente Herodias ou uma assistente, está em estado de choque, enquanto um carcereiro comenta o ato e o carrasco decapita a vítima com uma adaga.
Esta cena, popular entre os artistas italianos e Caravaggio, não foi diretamente inspirada pela Bíblia, mas por um conto relacionado à Lenda Dourada.
É a única obra de Caravaggio assinada por ele, com a assinatura colocada no sangue derramado da garganta de Batista. A pintura possui um espaço vazio considerável, e devido às grandes dimensões da tela, as figuras são apresentadas em tamanho próximo ao natural.
Na música
Diversas músicas retratando os eventos da vida do profeta foram compostas ao longa da história. Em sua grande maioria músicas compostas pelos católicos. Essas músicas são cantadas durante suas missas e comemorações festivas, como o dia de “são João Batista”, comemorada dia 24 de julho no Brasil.
Dentre as principais músicas compostas pelo catolicismo, podemos citar:
- ”São João Batista (Um Dia, Lá Na Judeia)” é uma música católica que fala sobre a vida e a missão de João Batista. A letra menciona como João Batista anunciou a vinda do Salvador e convocou as pessoas à conversão;
- “Hino a São João Batista: Viva João Batista, Viva o Precursor!” é um hino que celebra a vida de João. A música destaca seu papel como precursor de Jesus Cristo;
- “Quem É Este João Batista” é uma música que questiona quem é João e destaca sua coragem e simplicidade;
- “João Batista O Precursor” de João Serafim é uma música que ressalta a importância de João como precursor do ministério de Jesus.
Dentro do movimento evangélica, há poucas canções conhecidas que retratam sobre a vida e ministério de João Batista. A música mais conhecida no movimento evangélico é “João Batista” de Canção e Louvor.
Em séries e filmes
João Batista foi retratado em uma série de adaptações cinematográficas da vida de Jesus. Alguns dos atores que interpretaram João incluem:
- “From the Manger to the Cross” (1912) – Interpretado por James D. Ainsley;
- “Salomé” (1923) – Interpretado por Nigel De Brulier;
- “Salomé” (1953) – Interpretado por Alan Badel;
- “King of Kings” (1961) – Interpretado por Robert Ryan;
- “O Evangelho Segundo São Mateus” (1964) – Interpretado por Mario Socrate;
- “A Maior História Já Contada” (1965) – Interpretado por Charlton Heston;
- “Godspell” (1973) – Interpretado por David Haskell;
- “Jesus de Nazaré” (1977) – Interpretado por Michael York;
- “Jesus” (1979) – Interpretado por Eli Cohen;
- “A Última Tentação de Cristo” (1988) – Interpretado por Andre Gregory;
- “Maria, Mãe de Jesus” (1999) – Interpretado por Christopher Routh;
- “Jesus” (1999) – Interpretado por David O’Hara;
- “O Evangelho de João” (2003) – Interpretado por Scott Handy;
- “Judas” (2004) – Interpretado por Aidan McArdle;
- “Filho de Deus” (2014) – Interpretado por Daniel Percival;
- “Matando Jesus” (2015) – Interpretado por Abhin Galeya;
- “Os Escolhidos” (2019-2022) – Interpretado por David Amito;
- “Snapaka Yohannan” (1963) – Filme indiano em língua malaiala, retratando João.
Importância religiosa de João Batista
A devoção a João Batista é muito antiga no cristianismo. Ela remonta aos primeiros séculos da Era Moderna, quando já se celebrava a festa do seu nascimento em 24 de junho, seis meses antes do nascimento de Jesus. Essa data foi escolhida para simbolizar que João era a aurora que precedia o sol da justiça, Cristo.
Além do cristianismo, João é admirado e reverenciado por outras religiões, como candomblé e umbanda, além do Islã.
Catolicismo Romano
A importância religiosa de João Batista para o catolicismo romano é grande, pois ele é considerado o último e o maior dos profetas do Antigo Testamento, sendo o precursor do Messias.
Ele é venerado como santo e mártir, pois foi decapitado por ordem de Herodes Antipas, a pedido de sua enteada Salomé. Ele é o único santo, além de Maria e o próprio Jesus Cristo, cujo nascimento é celebrado pela Igreja Católica, no dia 24 de junho. Ele também é celebrado no dia 29 de agosto, suposta data de sua morte. [2]
Ele também diversos movimentos religiosos ao longo dos séculos, como os mandeanos, os essênios e os cátaros. Ele é considerado o padroeiro dos alfaiates, dos tecelões, dos peleiros e dos oleiros. [2]
A figura de João Batista também está presente na arte, na música e na arquitetura. Há inúmeras obras que o retratam em diferentes momentos de sua vida, como o nascimento, a pregação, o batismo de Jesus, a prisão e a decapitação. [3]
Alguns exemplos são os quadros de Leonardo da Vinci, Caravaggio, Rafael e Ticiano. Há também músicas compostas em sua homenagem, como o oratório “São João Batista” de Alessandro Stradella e a cantata “São João Batista” de Johann Sebastian Bach.
Há ainda catedrais com seu nome em várias partes do mundo, como a Catedral de São João Batista em Turim, na Itália, a Catedral de São João Batista em Lyon, na França, e a Catedral de São João Batista em Nova York, nos Estados Unidos. [3]
João foi um nome adotado por 21 papas ao longo da história da Igreja Católica Romana. Além de ter sido o nome de 3 antipapas, pessoas que se declararam papas sem passar pelo conclave padrão da instituição. [4]
João também é considerado o padroeiro de ordens medievais, como os Cavaleiros Hospitalares, e da maçonaria.
João Batista era santo?
Apesar de João ser considerado um santo por diversas vertentes, como o catolicismo romano e o catolicismo ortodoxo oriental, ele era um homem comum, que não possuía nenhuma característica divina. Ela foi um homem usado por Deus para preparar o caminho para o Mestre. Alguém que foi exemplo de fé e deve ser lembrado pela tradição cristã, mas que não possuía em si nenhuma divindade.
Catolicismo Ortodoxo
João é reverenciado pela Igreja Ortodoxa Oriental, sendo chamado de “João, o precursor“, lembrando o seu ministério como precursor ao ministério de Jesus Cristo.
Assim como o catolicismo romano, João é reverenciado como um santos pelos católicos ortodoxos. Diversas imagens e quadros foram confeccionados, relembrando seu ministério e os eventos de sua vida, como nascimento, prisão e morte.
Protestantismo
Para os protestantes João Batista é visto como um homem de grande exemplo, aquele que foi o precursor de Jesus Cristo, o profeta que foi o cumprimento das profecias do Antigo Testamento.
Diferentes das demais vertentes cristãs, como os católicos romanos e católicos ortodoxos, os protestantes não adoram e reverenciam João como santo. João é ensinado nos púlpitos e escolas bíblicas como o cumprimento das Escrituras, alguém que nasceu de forma milagrosa para cumprir o seu papel dentro do Plano de Redenção de Deus para a humanidade.
Islamismo
João, ou Yahya, é uma figura respeitada e admirada pelos muçulmanos, pois ele é considerado um dos profetas islâmicos que viveu uma vida dedicada a Allah e previu a vinda de Jesus. O Alcorão diz que todas as pessoas serão julgadas por alguma falta no Dia do Juízo Final, exceto Yahya (João). O seu túmulo está localizado dentro de uma mesquita em Damasco, na Síria. [5]
Na visão islâmica Yahya (João) foi cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe e recebeu a sabedoria, a clemência e a pureza de Allah. Ele era devoto, piedoso e obediente aos seus pais. [5]
Seu ministério consistia em pregar o monoteísmo, a adoração, o jejum, a caridade e a recordação constante de Allah e seus favores. [5]
Religiões de matrizes africanas (Candomblé e Umbanda)
João também é reverenciado em religiões de matrizes africanas, como a Umbanda e o Candomblé. Para essas religiões ele representa a ligação entre o mundo material e o espiritual.
Nas religiões de matrizes africanas, João é sincretizado com diversos orixás, que são divindades que representam as forças da natureza e os aspectos da vida humana. Em algumas regiões do Brasil, como a Bahia, ele é cultuado como Xangô, o senhor do fogo, da justiça e do trovão. [6]
João Batista também é celebrado em diversas festas populares que misturam elementos da cultura africana e da cultura brasileira. Por exemplo, no dia 24 de junho, dia de São João, acontecem as festas juninas, que são marcadas por fogueiras, fogos de artifício, danças e comidas típicas. [6]
Outro exemplo é a festa do Bumba Meu Boi, que ocorre no Maranhão e em outros estados do Nordeste, e que conta a história de um boi sagrado que morre e ressuscita com a ajuda de São João. [6]
Etimologia e significado do nome “João Batista”
O nome “João Batista” é composto por dois elementos de origens diferentes: João e Batista. O nome “João” vem do hebraico, Iohanan, a partir da união dos termos:
- Yah, derivação do palavra Iaveh, e significa “Deus”/“Jeová”;
- Hannah, que quer dizer “graça”.
Portanto, o nome João significa “Deus é cheio de graça”. [7]
O nome “Batista” tem sua origem no grego e significa “submergir” ou “mergulhar” [7], fazendo referencia ao ato de batizar.
Dessa forma o nome “João Batista” pode ser traduzido como: “Aquele que é cheio de graça para submergir” ou “Aquele que é agraciado por Deus para batizar”
Aprenda mais
[Podcast] O Reino de Deus. Btcast.
[Vídeo] João Batista o último precursor do filho de Deus | Evidências NT. Evidências Rodrigo Silva.
[Vídeo] João Batista, o precursor do Messias – Pr Hernandes Dias Lopes. Igreja Presbiteriana de Pinheiros.
[Livro] Manual Bíblico. John MacArthur.
[Livro] João Batista: A história de um profeta. Gleison Elias Pereira.
[Livro] João Batista: O Profeta do Amor Esponsal. Daniel Ramos.
[Livro] João Batista: O Pregador Politicamente Incorreto (Pregadores da Bíblia). Ciro Sanches Zibordi.
[Livro] João Batista – O mensageiro do Rei. Hernandes Dias Lopes.
[Livro] Atlas Ilustrado da Bíblia. André Daniel Reinke.
Perguntas comuns
Nesta seção respondemos as perguntas mais comuns referentes ao profeta João.
Onde João Batista nasceu?
A Bíblia relata que João nasceu em Judá, ou na Judeia, dependendo da tradução da Bíblia. sua cidade de nascimento não é relatada no texto bíblico, apenas a região.
João Batista duvidou que Jesus é o Messias?
João Batista declara sem dúvidas que Jesus era o Messias prometido, tanto que ele se considerava indigno de batizá-lo. Por isso João não duvidou que Jesus era o Cristo prometido.
O fato de João enviar seus discípulos até Jesus para lhe perguntar se ele era o Messias prometido, é interpretado por alguns, como um momento em que João não compreendia os atos de Jesus após o seu batismo. Na visão de João, como Cristo era aquele que viria para libertar os cativos, não fazia sentido ele, naquele momento em que o Messias tinha se revelado, estar ainda preso. [8]
João Batista era nazireu?
João Batista pode ser considerado nazireu, pois adotou diversas práticas e um estilo de vida de alguém nazireu.
João Batista era Elias?
João Batista não era o profeta Elias. A Bíblia faz essa comparação, pois ele desenvolveu um ministério profético e tomou ações semelhantes ao do profeta Elias.
João Batista era primo de Jesus?
João Batista e Jesus eram primos. Suas mães, Isabel e Maria, eram primas, por conta disto eles eram considerados primos de segundo grau.
Fontes
[1] Cruz, F. L., ed. (2005). “João Batista, São Paulo”. Dicionário Oxford da Igreja Cristã (3ª ed.). Imprensa da Universidade de Oxford. pág. 893.
[2] Dom Vital: A figura do Precursor, São João Batista. Vatican News.
[3] Quem foi São João, o profeta que teria batizado Jesus. G1 Globo.
[4] Antipapa. Wikipedia.
[5] São João Batista: Uma figura respeitada e admirada por muçulmanos. Iqara Islam.
[6] Sexta, 24 de junho, é dia de São João e de Xangô. Brasil de Fato MG.
[7] Significado do Nome João Batista. Dicionário de Nomes Próprios.
[8] Por que João duvidou que Jesus era o Messias mesmo depois de tê-lo batizado? Esboçando Ideia, cristianismo simples.