Ascalom, também chamada de Asquelom, Ascalon, Ascalão e Ashkelon, é uma cidade israelense localizada a oeste de Israel, as margens do mar Mediterrâneo. Conhecida por no passado ter feito parte do território filisteu.
Sendo um dos assentamentos mais antigos do mundo, as terras ao redor da cidade são vastamente exploradas por arqueólogos e historiadores. Com isso, diversos sítios arqueológicos foram criados na região.
Citada diversas vezes na Bíblia, ela foi um dos principais centros dos filisteus. Lembrada pelos relatos do juiz Sansão e suas batalhas contra os filisteus.
Neste artigo apresentamos sua história, geografia e curiosidades.
História de Ascalom (Antiguidade)
A cidade de Ascalom certamente é uma das mais antigas de Canaã, com sua fundação datada de 5880 a.C.
Ao longo do relato bíblico a cidade é apresentada como um grande centro comercial e militar da Antiguidade. Sendo um dos principais centros urbanos dos filisteus, a cidade é citada em diversos eventos bíblicos, como os relatos do juiz Sansão e do rei Davi.
Além dos filisteus, a cidade foi habitada por diversos povos, como os cananitas, cananeus e edomitas.
Fundação da Ascalom
De acordo com as evidências arqueológicas, a primeira ocupação da cidade de Ascalom é datada do Período Neolítico em 5800 a.C.
Sendo uma ocupação muito antiga, é difícil determinar com clareza qual povo foi o primeiro a habitar as terras da cidade, é provável que seja um povo de origem cananita, ou seja, descendentes de Cam filho de Noé.
Também há possibilidade de serem de origem semita, descendentes de Sem.
Em seus primeiros anos a cidade não possuía uma população muito numerosa e militarizada. É provável que seu primeiros moradores fossem pescadores e agricultores, que utilizam as terras férteis da região e o mar para subsistência. Comercializando alguns poucos produtos e grãos com as demais cidades da região.
Chegada dos cananeus a Ascalom
O primeiro grande povo a se desenvolver e se estabelecer na cidade, foram os cananeus, descendente de Canaã. Não é possível dizer com certeza quando os cananeus se estabeleceram em Canaã, talvez por volta de 3000 a.C.
Os cananeus fortificaram a cidade, construíram muros altos e militarizaram um pouco a cidade. Construíram um porto na cidade e a tornaram um importante centro comercial regional.
Os comerciantes do interior de Canaã traziam seus produtos e grãos através das trilhas pela Sefelá até o porto da cidade, onde vendiam seus produtos para barqueiros que levavam esses produtos para outras regiões, como Egito, Ásia Menor, Ilha do Chipre e Fenícia.
Os povos cananeus eram conhecidos por possuírem habilidade com ferro, por conta disto, além de militarizarem a cidade, eles confeccionaram a comercializaram alguns equipamentos de guerra, como, espada e escudo.
No período de domínio cananeu, a cidade cresceu em poder e influência.
Domínio filisteu de Ascalom
Por volta de 1700 – 1500 a.C. todas as terras da baixa Sefelá, e sul da costa oeste de Canaã, foram dominadas pelos filisteus.
Com o domínio filisteu, os cananeus foram forçados a subir a região da Sefelá se fixando em cidades como Estaol, Zorá e Láquis.
Os filisteus eram grandes mercadores e pescadores, por conta disto, durante este período o porto da cidade foi ampliado. Comerciantes fenícios, egípcios e gregos atracavam no porto, traziam e levavam os mais variados produtos.
Rapidamente Ascalom se tornou uma das principais cidades filisteia, possuindo um rei e governando sobre todas as cidades menores e aldeias próximas a ela.
Dentre essas cidades vassalas, supõe-se que se encontrava Timna, lembrada pelos relatos do juiz Sansão e sua esposa filisteia.
Breve domínio israelita de Ascalom
Conforme Juízes 1:18, durante a campanha de conquista da Terra Prometida pela tribo de Judá, liderada por Calebe e Otoniel, a cidade de Ascalom brevemente conquistada.
A Bíblia não descreve essas batalhas, apenas registra que diversas cidades do território filisteu foram conquistadas pela tribo de Judá, tribo de Simeão e pelo povo queneu.
Apesar de não se saber por quanto tempo Israel dominou sobre essas cidades, sabe-se que esse domínio foi breve.
Ao longo do texto de Juízes é registrado que Ascalom, e as demais cidades, foram habitadas por filisteus. O que leva a entender que em algum momento os filisteus expulsaram os israelitas da região, alguns sugerem que foi no tempo do juiz Sangar.
“Os homens de Judá também conquistaram Gaza, Ascalom e Ecrom, com os seus territórios.”
Juízes 1:18 (NVI)
Sansão mata 30 homens de Ascalom
Durante seu casamento em Timna, Sansão propôs um enigma a alguns homens filisteus da cidade. Caso acertassem o enigma, Sansão os daria 30 peças de roupas e caso não, eles deveriam dar 30 peças de roupas ao juiz.
Para descobrir o significado do enigma de Sansão, os filisteus ameaçaram sua esposa, para que ela incomodasse o juiz, descobrisse o enigma e contasse a eles.
Após questionar diversas vezes o juiz, Sansão contou a resposta do enigma a sua esposa, que contou aos filisteus.
Quando os filisteus contaram o significado do enigma ao Sansão e o juiz descobriu que haviam ameaçado sua esposa, ele desceu até a cidade de Ascalom e matou 30 homens. Tomou as roupas desses homens e as entregou aos moradores de Timna.
A vingança de Sansão foi vista com grande ameaça e temor por parte do filisteus.
Um tempo após este acontecimento, Sansão enfrentou diversos soldados filisteus na cidade de Ramate-Leí (Jz 15:14-17).
Apesar de Ascalom não ser citada, acredita-se que os soldados enfrentados pelo juiz, tenham vindo da cidade, visto que ela era uma das maiores e mais militarizadas da região.
Filisteus capturam a Arca da Aliança e Ascalom envia ouro para Israel
Em 1 Samuel nos capítulos 4 à 6, a Bíblia relata que a Arca da Aliança foi tomada pelos filisteus e levada até o templo de Dagom, na cidade de Asdode.
Em Asdode, o Senhor fez com que a estátua de Dagom caísse duas vezes diante da Arca da Aliança, se quebrando com a queda. A população com medo, exigiu que a arca fosse enviada para outra cidade. De Asdode a arca foi levada para Gate.
Em Gate Deus trouxe uma grande praga sobre os moradores da cidade. Com medo, a população se revoltou e exigiu que a arca fosse novamente enviada para outra cidade. Dessa forma, a arca foi levada de Gate até Ecrom,
Em Ecrom, assim como Gate, Deus trouxe uma praga sobre o povo, que começou a ter tumores e feridas na pele. Com medo os líderes filisteus decidiram enviar a arca de volta para Israel.
Após sete meses em território filisteu, a arca retornou para Israel. Além da arca, os filisteus enviaram imagens e pedaços de ouro, 5 imagens e 5 pedaços.
Esse ouro foi enviado pelas principais cidades filisteias: Asdode, Ascalom, Ecrom, Gate e Gaza.
O ouro e a arca foram colocados em cima de uma carroça. E a carroça enviada até a cidade de Bete-Semes.
“Os filisteus enviaram ao Senhor como oferta pela culpa estes tumores de ouro: um por Asdode, outro por Gaza, outro por Ascalom, outro por Gate e outro por Ecrom.”
1 Samuel 6:17 (NVI)
Saul e os filisteus
Ao longo do reinado de Saul, houve diversos combates entre os filisteus e os israelitas. Apesar de não ser citada diretamente, é possível que a cidade de Ascalom tenha fornecido soldados que batalharam contra Saul e seu exército.
Neste período a cidade continuava a ser um importante porto de Canaã. Entretanto, os conflitos militares entre filisteus e israelitas impediam que Israel tivesse relações comerciais com a cidade.
Davi e os filisteus
Ao longo do reinado de Davi, ele teve diversas batalhas e alianças com os filisteus e suas cidades.
A cidade de Ascalom é apenas uma vez ao longo do relato de vida e reinado de Davi. Durante seu lamento pela morte de Jônatas e Saul, ele cita Ascalom, dizendo para que não se anuncie na cidade a morte de Saul, para que os inimigos não se alegrem com a derrota de Israel.
Amós profetiza contra Ascalom
Durante o reinado de Uzias, rei de Judá, o profeta Amós profetizou destruição sobre a cidade.
Em sua profecia o profeta declara que todos os habitantes de Ascalom e seu líder, seriam destruídos pelo Senhor.
Durante o reinado de Uzias houve conflitos entre os israelitas e os filisteus (2 Cr 26:6-23). Uzias invadiu as cidades filisteias e derrubou suas muralhas. As cidades mais afetadas foram Gate, Asdode e Jâmnia.
“Destruirei os habitantes de Asdode e aquele que segura o cetro em Ascalom. Erguerei a mão contra Ecrom, até que morra o último dos filisteus”, diz o Soberano Senhor .”
Amós 1:8 (NVI)
Sofonias profetiza contra Ascalom
Durante o reinado de Josias, o último rei bom de Judá, o profeta Sofonias profetizou a ruínas das principais cidades filisteias.
Em sua profecia, Sofonias diz que Asdode, Ascalom, Ecrom e Gaza seriam abandonadas e as pastagens filisteias seriam entregues aos judeus.
A profecia também fala que chegaria um tempo que as casas de Ascalom seriam habitadas pelo remanescente de Judá.
Alguns creem que essa profecia se concretizou com a criação do Estado de Israel, na qual a região da antiga cidade de Ascalom passou para o domino israelense.
Jeremias profetiza contra Ascalom
Conforme registra no capítulo 47 de seu livro, Jeremias profetizou contra as cidades filisteias, anunciando que seriam atacadas por seus inimigos.
Na profecia Jeremias diz que Ascalom, Gaza e demais cidades dos filisteus seriam destruídas por um inimigo vindo do norte (Jr 47:2).
Como cumprimento da profecia, anos depois a região da Filístia foi dominada por assírios e depois babilônicos, povos vindo da Mesopotâmia, ao norte de Canaã.
Zacarias profetiza contra Ascalom
Assim como Amós, Sofonias e Jeremias, o profeta Zacarias profetizou contra as cidades filisteias, anunciando a queda dos filisteus.
Zacarias declara que as cidades filisteias ficariam vazias e seriam habitadas por povos desconhecidos.
Um tempo depois a terra dos filisteus foram dominadas pelo descendentes de Edom. Fundaram a chamada Idumeia, terra dos idumeus, um outro para edomitas.
Ascalom durante as dominações assírias e babilônicas
Durante o século VIII e VII a.C. a antiga cidade de Ascalom foi dominada duas vezes pelo Império Assírios, a primeira vez por Tiglate-Pileser III e depois pelo rei Senaqueribe.
Por conta do domínio estrangeiro, os filisteus se rebelaram diversas vezes, acarretando em vários momentos de parcial destruição e reconstrução da cidade. A cada nova revolta, os assírios sitiavam a cidade, destruíam duas muralhas e matavam parte de sua população.
O mesmo ocorreu durante a conquista babilônica de Canaã, os filisteus se rebelaram inúmeras vezes contra seus dominadores, levando a novos momentos de destruição e reconstrução da cidade.
Gradativamente a população filisteia foi regredindo, o que levou ao enfraquecimento do povo, perda de poder de suas cidades e eventual assimilação dos filisteus por outros povos locais.
Domínio idumeu de Ascalom
Após as invasões dos assírios e babilônicos, os filisteus foram gradativamente perdendo seu poder na região e acabaram se mesclando com outros povos locais. Com o passar dos anos, a cidade de Ascalom passou a ser habitada pelos edomitas, descendentes de Edom/Esaú, o irmão mais velho de Jacó.
Os edomitas migraram para região da Sefelá por volta do século VI e V a.C., logo após a queda do Império Babilônico e conquista do Império Persa. Os edomitas de fixaram na terra, tomaram as antigas cidades filisteias e fundaram a Idumeia (Terra dos Edomitas).
Este pequeno reino vassalo existiu até a ascensão de Roma, que dominou a região e passou a chamá-la de Palestina, uma forma latina de falar Filístia (Terra dos filisteus).
Durante esses cinco séculos de domínio edomita, Ascalom continuou a ser um importante porto de Canaã. Graças ao domínio de povos estrangeiros, como os persas, macedônicos, selêucidas e romanos, as tensões regionais diminuíram, e possibilitaram as habitantes da cidade focar no comércio e em sua expansão.
História de Ascalom durante a Idade Média
O período de maior relevância da cidade de Ascalom, certamente, foi durante a Antiguidade, durante o período em que os filisteus dominaram a região. Entretanto, a cidade continuou a ser habitada por longos anos, sendo um importante porto durante grande parte da Idade Média.
Nesta seção apresentamos brevemente sua história, partindo do domínio romano até sua destruição pelos mamelucos em 1270 d.C., e brevemente sua reconstrução pelos otomanos em 1512 d.C.
Domínio romano e bizantino de Ascalom
Apesar de ter sua importância regional, Ascalom sempre rivalizou em importância política, econômica e militar com Asdode, cidade portuária pouco quilômetros ao norte.
Durante os domínios romanos e bizantinos, o porto da cidade se manteve como um dos principais da região, perdendo relevância para Asdode em alguns momentos, e ganhando em outros.
Com a ascensão dos muçulmanos e a perda do domínio bizantino da antiga Canaã, Ascalom, assim como Asdode, Gaza e demais cidades, passaram para dominação muçulmana.
Batalha de Ascalom em 1099 d.C.
A cidade de Ascalom se manteve relevante até o fim da Primeira Cruzada. Na Primeira Cruzada ela tornou um dos principais pontos de batalha da região, sendo também o local do último embate entre os muçulmanos e os cristãos no fim da Primeira cruzada.
Início da Primeira Cruzada
A Primeira Cruzada, que ocorreu entre os anos de 1095 e 1099, foi convocada pelo então Papa Urbano III no ano de 1095.
O papa desejava recuperar o território perdido pelos bizantinos durante a avanço muçulmano no século VI d.C., assim como desejava controlar Jerusalém, a cidade Santa. [1]
A cruzada teve início no dia 15 de agosto de 1096 a Primeira Cruzada, quando diversos soldados europeus partiram para a Terra Santa.
Vitórias e conquista de Jerusalém
Após uma sequência de batalhas, entre os anos de 1096 e 1099, os cruzadas rapidamente dominaram a Terra Santa, capturaram as antigas cidades de Canaã, expulsaram os muçulmanos e dominaram sobre Jerusalém. [2]
A conquista de Jerusalém em junho em 1099 marcou a conquista da Terra Santa, e sua recuperação para os cristãos.
Contra-ataque muçulmano em 12 de agosto de 1099
Menos de um mês após a captura de Jerusalém, o exército inimigo, liderado por Al-Afdal Shahanshah, se reuniu nos arredores da cidade de Ascalom para realizar o contra-ataque. Estima-se que o exército fatímida contava com aproximadamente 20 mil homens, enquanto o exército cruzado possuía menos de 12 mil soldados.
Apesar do número menor de soldados, o exército dos cruzados conseguiu realizar um ataque surpresa contra os muçulmanos. Na manhã do dia 12 de agosto de de 1099, os cruzados invadiram o acampamento inimigo que se encontrava fora dos muros de Ascalom. Rapidamente os muçulmanos foram derrotados.
Al-Afdal Shahanshah, que liderava o exército islâmico, fugiu de navio para o Egito. Estima-se que aproximadamente 12700 soldados muçulmanos morreram neste ataque. [3]
Após derrotar seu inimigos, os cruzados capturaram todo o armamento e suprimentos da cidade.
Apesar da derrota, poucos anos após os muçulmanos conseguiram reconquistar a cidade. Eles passaram a utilizá-la como ponto de ataque dentro do território do Reino de Jerusalém, governado por Balduíno III.
Cerco de Ascalom em 1153 d.C.
Em 1150 d.C., o rei Balduíno III de Jerusalém reconstruiu a cidade de Gaza e a deu para o controle dos Cavaleiros Templários. Gaza foi reconstruída para tentar barrar os ataques muçulmanos que vinham de Ascalom, poucos quilômetros ao norte. [4]
Devido a avanço muçulmanos e questões de política interna, o rei Balduíno III perdeu parcialmente o controle sobre o Reino de Jerusalém. [5]
No fim de 1152, Balduíno III conseguiu derrotar seus inimigos internos e deu fim a uma guerra civil que se iniciava. Com isso ele conseguiu reunir suas tropas para dar fim a invasão dos turcos seljúcidas que vinha do norte. [5]
Com a vitória sobre os turcos, Balduíno III decidiu dar fim ao controle muçulmano sobre Ascalom. O rei levou seu exército até a costa do mar Mediterrâneo, que destruiu todos as fazendas no caminho. Os poucos muçulmanos que restaram se refugiaram na fortaleza da cidade.
Cerco a cidade de Ascalom em 1153 d.C.
O cerco a cidade teve início em 25 de janeiro de 1153 d.C. e teve fim no dia 22 de agosto do mesmo ano.
O cerco foi marcado por inúmeras tentativas de invasão pelos cruzados e uma forte resistência dos islâmicos. Ascalom resistia graças aos suprimentos e tropas enviadas pelo Califado Fatímida, que mantinha uma forte marinha nas águas próximas a cidade. [6]
Derrota muçulmana
Apesar de toda a resistência, a cidade caiu depois de uma série de investidas realizadas em agosto de 1153 pelos cruzados. Eles enfraqueceram os muros da cidade, a ponto dele se romper parcialmente. O exército cruzado passou pela brecha aberta na muralha e tomou o controle da cidade. [7]
Com a derrota de Ascalom, o Reino de Jerusalém aumentou seu poder e controle regional. Por parte dos muçulmanos, a derrota foi visto com grande vergonha, pois mesmo com uma grande ajuda do Califado Fatímida eles não foram capazes de resistir e manter suas posições dentro do território cruzado.
Reconquista de Ascalom por Saladino
Durante o avanço e conquista de Saladino sobre o Reino de Jerusalém, a cidade de Ascalom foi retomada pelos muçulmanos, que utilizaram a cidade como ponto de defesa do território e ataque contra as investidas dos cruzados.
Destruição de Ascalom em 1270 a.C.
No ano de 1270 os líderes do Sultanato Mameluco do Cairo ordenou que a fortaleza de Ascalom, o porto e todas as casas da cidade, fossem destruídas. Como resultado, todos os habitantes remanescentes da cidade migraram para outras regiões.
Não se sabe o motivo que levou o sultanato a destruir o porto e a cidade. Alguns supõem que isso ocorreu por temerem que a cidade caísse sobre o domínio inimigo e fosse utilizada para atacar os muçulmanos. O que parece improvável, visto que todas as cruzadas, após a reconquista de Saladino, foram falhas.
Reconstrução de Ascalom pelos otomanos
Após a expansão do Império Otomano sobre a Palestina em 1512, e seu domínio sobre a região da baixa Sefelá e a costa mediterrânea, algumas cidades da Antiguidade foram reconstruídas e habitadas novamente.
Nas ruínas da antiga cidade foi fundada uma aldeia chamada de Al-Jura. Em 1576 esta aldeia era considerada o sexto maior centro urbano da Palestina, contando com uma população de 2795 habitantes [8].
Tendo em vista que na época apenas os homens adultos eram considerados cidadãos, estima-se que a população real eram de aproximadamente 9 mil pessoas.
Durante o domínio otomano, o porto da cidade foi reconstruído e ela voltou a reviver um pouco da relevância regional que havia na Antiguidade.
História recente de Ascalom (Século XIX e XXI)
Depois da Idade Média a antiga cidade de Ascalom nunca mais exerceu sua força e influência de forma abrangência com antes. Após sua reconstrução pelos otomanos, a cidade foi usada como um pequeno porto pelos pescadores e moradores locais.
Os principais portos da costa mediterrânea da Palestina passaram a ser Jaffa e Gaza.
Nesta seção apresentamos a história de Ascalom partindo dos últimos anos do Império Otomano, passando pela dominação britânica, criação do Estado de Israel até hoje.
Fim do domínio otomano
Durante o domínio otomano a cidade de Ascalom, na época aldeia de Al-Jura ou Al-Majdal, foi administrada como parte da província de Damasco, também chamada de Eialete de Damasco.
Registros otomanos antigos, revelam que a população da aldeia reduziu ao longo dos séculos. Em 1576 a aldeia contava com aproximadamente 3 mil homens [8], já em 1870 a população contava com apenas 1175 homens. [9][10]
Com o fim do Império Otomano depois da Primeira Guerra Mundial, a província de Damasco foi dividida entre franceses e britânicos. Estes criaram três grandes territórios:
- Mandato Francês da Síria e do Líbano;
- Mandato Britânico da Mesopotâmia;
- Mandato Britânico da Palestina.
Mandato Britânico da Palestina
Com a criação do Mandato Britânico da Palestina em 1922, a aldeia de Al-Majdal, antiga Ascalom, foi reorganizada e seu porto reestruturado.
Inicialmente a aldeia contava com uma população mista de cristãos, judeus e muçulmanos, mas com o passar dos anos a população cristã e judaica migrou para outras regiões, fazendo com que a população da cidade se tornasse, praticamente, de islâmicos. [11]
Neste período a aldeia se tornou um importante polo têxtil regional, com uma grande indústria de tecelagem.
Apesar de rivalizar com produtos têxteis vindo da Europa, na década de 1930, a pequena aldeia era responsável por quase toda produção de seda e faixas do sul da Palestina. [12]
Por conta dos embates entre árabes e judeus, a cidade viveu um pouco das tensões político-militares desses povos. Apesar disto, não há registro de grandes batalhas ocorridas na aldeia de Al-Majdal neste período.
Estado de Israel
Logo após a criação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, teve início a Guerra Árabe-Israelense. Nos meses seguintes a criação do novo país, a aldeia de Al-Majdal, antiga Ascalom, foi ocupado pelos exército egípcio, aliados dos palestinos. [13]
Primeira Guerra Árabe-Israelense
A aldeia se tornou um dos principais pontos de defesa para os palestinos e seus aliados, do mesmo modo que se tornou um dos principais alvos para os israelenses.
O exército do recém Estado de Israel, realizou uma série de bombardeios e ataques aéreos a aldeia, enfraquecendo as forças palestinos e obrigando a recuar. [13]
Após uma bem sucedida operação de invasão, os israelenses tomaram a aldeia e forçaram o exército inimigos a fugir para Gaza, cidade poucos quilômetros ao sul.
O então general Yigal Allon, ordenou a expulsão dos palestinos remanescentes [13][14]. Apesar da ordem, a aldeia experimentos um crescimento da população palestina, devido ao aumento do número de refugiados e a migração palestina de povoados vizinhos para Al-Majdal.
Conforme relatos palestinos, a população palestina foi mantida aprisionada em guetos, área confinadas, cercados por arame farpado. [15]
O estado israelense realizou diversos acordos e ofereceu vários incentivos para a migração da população palestina para Gaza. Gradativamente, após a guerra, as famílias remanescente foram deportadas para Gaza, fazendo com que a população da aldeia se tornasse, majoritariamente, de israelenses. [13]
Criação da Ascalom moderna
Conforme os Acordos de Armistício de 1949, a aldeia de Al-Majdal foi entregue como parte do território israelense. Sendo reestruturada como cidade em 1950 pelo governo israelense.
O Estado de Israel realizou um grande plano de repovoamento das antigas cidades da costa mediterrânea. Diversos imigrantes vindos do Iêmen, Norte da África e Europa, passaram a compor a população de Al-Majdal e cidades vizinhas. [16]
Entre os anos de 1950 3 1953 a cidade foi rebatizada diversas vezes, primeiro foi chamada de Migdal Gaza, depois Migdal Gad, posteriormente Migdal Ashkelon. Após a decisão de um conselho local, da cidade, ela recebeu o nome de Ashkelon, Ascalom em português. [17]
Ascalom moderna
Após a criação da Ascalom moderna, a cidade saltou de uma população de 16 mil pessoas, em 1955, para 106 mil em 2005 [15]. Um crescimento de quase 700% em apenas 50 anos. Em 2015 ela foi considerada a sexta maior cidade do Estado de Israel. [18]
Além do crescimento populacional, a cidade se desenvolveu como um importante polo industrial, agrícola, turístico e pesqueiro da região. Devido a esse crescimento econômico, ela se passou a ser um dos principais destinos de refugiados judeus, vindos de países árabes, Romênia e Polônia. [19]
A cidade também é frequentada por magnatas e grandes empresários israelenses. No início da década de 1960, o empresário Zvi Segal criou um bairro de luxo chamado Barnea [20].
Ascalom atualmente
Atualmente Ascalom é uma das principais cidades israelenses, contando com uma grande população, poder econômico e político na nação.
Devido aos conflitos entre israelenses e palestinos, e sua proximidade com a Faixa de Gaza, diversos exercícios militares ocorrem nas terras próximas a cidade.
Sua proximidade com Gaza a torna um dos principais alvos dos terroristas do Hamas. [21]
Monumentos, construções e marcos geográficos de Ascalom
A cidade de Ascalom possuiu diversos monumentos e construções que contam a história da cidade e são utilizados em festividades religiosas.
Parque Nacional de Ascalom
O Parque Nacional de Ascalom contém as mais antigas construções e monumentos da cidade.
No parque se encontra as antigas muralhas da fortaleza da cidade, ruínas de construções cananeias, filisteias, bizantinas e cruzadas. [22]
Também há no parque as ruínas de diversos túmulos funerários, alguns do período de dominação grega, outras datados do domínio romano e bizantino. Alguns desses túmulos são decorados com figuras de divindades mitológicos dos povos pagãos que viveram na cidade. [23]
No interior do parque há um sítio arqueológico, utilizado pelos historiadores e arqueólogos para compreender e descobrir um pouco da antiga história da região.
Antigo portão de Ascalom
O portão de Ascalom é a construção mais antiga da cidade, sendo também o portão com arco mais antigo do mundo.
Não é possível dizer com certeza a data em que o portão foi construídos, mas alguns estudiosos creem que seja do fim do período de domínio filisteus.
Museus de Ascalom
A cidade conta com dois grandes museus. Estes exibem um pouco dos achados do sítio arqueológico do parque da cidade.
Os museus da cidade são:
- Museu Ashkelon Khan;
- Museu ao Ar Livre.
Museu Ashkelon Khan
O museu de Ashkelon Khan exibe diversos objetivos encontrado no sítio arqueológico da cidade. Dentre esses achados se encontram:
- Cerâmicas do século XIV a.C.;
- Armaduras antigas;
- Restos de armamentos.
O principal objeto exposto no museu é a réplica de um bezerro de prata cananeu. [22]
Museu ao ar livre
O museu ao Ar Livre da cidade se localiza dentro do parque Nacional de Ascalom, próximo ao centro cultural da cidade. A principal exibição do museu, são dois cachões funerários romanos. [22]
Porto de Ascalom e parque aquático
Muito da força da cidade de Ascalom, sua importância histórica e o motivo da se cidade se manter habitada por tantos anos, se deve pelo fato dela se localizar a beira mar e desde de seu início manter um porto ativo na região.
Atualmente o porto da cidade foi remodelado e deu lugar a um estaleiro, que oferece serviços de reparo e paradouro para embarcações dos moradores e visitantes da cidade [22]. A atividade portuária passou a ser realizada um pouco mais ao norte, na cidade de Asdode.
Além do estaleiro, a cidade possui um parque aquático e diversas praias, como Dlila Beach e Bar Kochba Beach. [22]
Importância religiosa de Ascalom
Sendo uma cidade que foi habitada por vários séculos pelos muçulmanos, em especial durante o período das cruzadas, uma importante mesquita foi construída na cidade no século XI e perdurou até 1950.
O Santuário da Cabeça de Husayn, Shrine of Husayn’s Head em inglês, foi uma mesquita construída pelo líder fatíma Badr al-Jamali. Segundo a tradição islâmica, a mesquita abrigava a cabeça Husayn ibn Ali, neto do profeta Maomé. [24]
Essa mesquita foi utilizada como local de peregrinação por muçulmanos, tanto sunitas quantos xiitas. Eles se reuniam no santuário para realizar suas precesme ouvir sermões.
Destruição da mesquita de Shrine of Husayn’s
A mesquita foi destruída em julho de 1960 pelas forças israelenses [25]. Após sua destruição, o local deu lugar a ao hospital Barzilai Medical Center.
Em um terreno atrás do hospital, o líder xiita ismaelita Mohammed Burhanuddin construiu uma pequena plataforma de mármore para orações. A plataforma foi erguida como um meio de manter a lembrança da antiga mesquita. [26]
Ascalom e o Hamas
Apesar de pouco conhecido, parte dos membros fundadores do grupo terrorista Hamas nasceram em aldeias próximas a cidade de Ascalom.
O líder fundador do grupo terrorista, por exemplo, nasceu na antiga cidade de Al-Jura em 1936, cidade que veio a a moderna Ascalom, durante o Mandato Britânico da Palestina. [27]
Ataques do Hamas contra Ascalom
Devido a sua proximidade com a Faixa de Gaza, cidade tem sido um dos principais alvos dos ataques terroristas do Hamas.
Ataques de 2008
Nos dias 1 e 2 de 2008, o grupo terrorista disparou uma série foguetes contra a cidade, deixando sete mortos, vários feridos, além de causar um grande dano material a cidade, destruindo patrimônio, parte da infraestrutura e casas de civis. [28]
No mesmo mês, no dia 12, um disparo realizado a partir da Faixa de Gaza atingiu um shopping na cidade, deixando diversos feridos. [29]
Ataques de 2009
Um anos depois, em março de 2009, a cidade voltou a ser alvo do Hamas. Eles disparou diversos projeteis, que atingiram uma escola, destruindo salas de aula e ferindo alunos e professores. [30]
Ataques de 2021
No ano de 2021, a cidade voltou a ser alvo de um ataque em massa do Hamas. Os terroristas dispararam diversas bombas contra cidade, deixando alguns mortos e vários feridos. [31]
Guerra Israel-Hamas de 2023
Desde do início da Guerra Israel-Hamas de 2023, a cidade tem cidade tem sido um dos principais alvos do bombardeiro dos terroristas. Diversos disparos ocorrem contra a cidade, deixando diversos feridos e mortos. [32]
Discriminação aos palestinos em Ascalom
Entre os ataques terroristas feitos contra a cidade, ações discriminatórias contra palestinos e árabes foram realizadas por lideranças de Ascalom.
Em novembro de 2014, por exemplo, o então prefeito da cidade, iniciou uma política de discriminação contra trabalhadores árabes. O prefeito impediu que pessoas de origem árabe trabalhassem nas construções de abrigos antibombas e qualquer outra construção contra ataques terroristas.
O primeiro ministro da época, Benjamin Netanyahu, condenou as atitudes do prefeito e a comparou com a discriminação antissemita que os judeus enfrentaram no passado.
Apesar da polêmica, alguns defendem a visão do prefeito. Alegando que isso é uma medida que visa impedir que possíveis terroristas infiltrados entre os árabes da cidade, introduzam bombas para destruir esses abrigos. Entretanto, não é possível identificar com certeza se há ou não terroristas infiltrados, sejam de origem árabe, judia ou qualquer outra. [33][34]
Geografia de Ascalom
A cidade está localizada as margens do mar Mediterrâneo na costa sul de Israel. A região é plana, com poucas colinas baixas.
Por estar as margens do mar, o solo da cidade é fértil e bem irrigado. Graças a isso os diversos povos que viveram na cidade, utilizaram suas terras para a agricultura e pastoreio.
Clima de Ascalom
A cidade possui um clima mediterrâneo, sendo quente na maior parte do ano. Apesar do calor, por ser beira marca, a cidade é úmida.
Significado de Ascalom
O nome “Ascalom” vem do hebraico Ashkelon (אַשְׁקְלוֹן), sendo, segundo os historiadores, um nome de origem semita.
O real significado do nome é incerto. A maior parte dos historiadores creem que o nome está associado a ato de realizar uma troca comercia. Com base na raiz shkl, encontrada no nome, que significa “pesar” ou “balança”, acredita-se que o nome seja uma referência a realização do comercio, sugerindo que a cidade era um local onde as pessoas se reuniram para comercializar.
Aprenda mais
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[Vídeo] A batalha de Ascalão. Manual Medieval.
[Livro] Os Filisteus: A História do Inimigo Mais Notório dos Antigos Israelitas. Charles River Editors.
[Livro] Os Cananeus e Filisteus: A História e o Legado dos Antigos Inimigos Israelitas na Terra que Se Tornou Israel. Charles River Editors.
Fontes
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