A Serpente do Éden, registrada no segundo capítulo do Gênesis, é uma das figuras mais enigmáticas e teologicamente significativas de toda a Escritura.
Sua aparição no Jardim do Éden e seu diálogo com Eva não apenas leva ao pecado dos primeiros humanos, como desencadeia uma série de maldições que recai sobre a humanidade.
Neste artigo apresentamos este terrível personagem bíblico e as consequências de seus atos para nós.
A Serpente no Jardim do Éden (Gênesis)
A Serpente, uma das representações de Satanás, é mencionada pela primeira em Gênesis 3:1, durante o relato da Queda.
O relato bíblico a descreve como a mais “astuta” de todas as criaturas, dotada de uma inteligência e com a habilidade de falar, capacidade esta que só se repete na Bíblia com a jumenta de Balaão. [2]
É graças a essas características, que ela foi capaz de persuadir Eva e levar a humanidade a queda.
Não foi pela força, mas sim através de um diálogo enganoso, que a Serpente levou Eva a dúvida. Através de uma simples conversa, Eva passou a ignorar a advertência do Senhor sobre a morte e maldições que recairiam sobre ela ao comer do fruto. Eva se vislumbrou com a “possibilidade” de ser “como Deus”.
Foi essa combinação de astúcia e retórica persuasiva que a tornou capaz de induzir à desobediência, levando a humanidade à Queda.

A Serpente e Eva
A Serpente usou de sua astúcia e persuasão para enganar Eva. Ela começou o diálogo com uma simples e sútil pergunta, moldada para gerar uma reflexão seguida de dúvida.
“[…] Foi isto mesmo que Deus disse: “Não comam de nenhuma das árvores do jardim”?”
Gênesis 3:1 (NVI)
A pergunta era uma distorção da ordem de Deus. Fazia o mandamento do Senhor, “não comam da árvore do conhecimento do bem e do mal”, parecer restritivo e exagerado.
A tentação de Eva
Após a primeira resposta de Eva, a Serpente faz a primeira mentira registrada na história. Ela nega as consequências da desobediência ditas por Deus (Gn 3:4).
Em seguida promete que Eva seria como Deus, conhecedora da realidade do bem e do mal (Gn 3:5).
É curioso, que Satanás tenta Eva com justamente aquilo que foi o motivo de sua Queda e maldição, o desejar ser igual a Deus e ter seu poder.
“[…] disse à mulher: ― Certamente não morrerão! É que Deus sabe que, no dia em que comerem dele, os seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do bem e do mal.”
Gênesis 3:4-5 (NVI)

Eva come do fruto
A conversa foi tão eficaz, que Eva foi com e convencida e passou a ver o fruto proibido não mais como algo ignorável e distante, mas como algo desejável.
Ela comeu o fruto e o ofereceu a Adão, que também comeu. Neste ato, eles pecaram e trouxer sobre a humanidade a natureza do pecado, juntamente de todas as suas maldições.
O destino da Serpente após a Queda
A Bíblia não é clara em dizer se a Serpente foi expulsa do Éden ou não. O mais plausível é crer que sim, e que ela passou a viver na Terra entre a humanidade.
O diálogo da Tentação: A estratégia do engano
O método utilizado pela Serpente ao tentar Eva é um estudo profundo sobre as características da tentação e da natureza humana. Esses métodos também nos levam a compreender a astúcia de Satanás.
A tentação de Eva possui três etapas muito claras:
- Distorção da Palavra de Deus;
- Contradição direta;
- Ataque ao caráter de Deus.
Além de revelar desejos inerente a natureza humana, como, o poder, desejo por conhecimento e Busca por autonomia.
Distorção da Palavra de Deus
A serpente inicia o diálogo com uma pergunta aparentemente inocente, mas carregada de veneno: “Foi isto mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’?” (Gn 3:1).
Esta é uma caricatura do mandamento de Deus, que havia sido generoso, proibindo apenas uma árvore. O objetivo era fazer Deus parecer um tirano restritivo, plantando na mente uma semente de dúvida sobre Sua bondade.
Contradição direta
Após Eva corrigir a distorção, mas também adicionar sua própria cláusula (“nem tocareis nele”), a serpente avança para uma negação da Palavra de Deus. Enquanto Deus disse “certamente morrerás” (Gn 2:17), ela afirma categoricamente: “Vocês não morrerão!” (Gn 3:4).
Esta é a mentira primordial: a negação das consequências do pecado e do juízo divino.

Ataque ao caráter de Deus
A mentira final e mais sedutora é um ataque direto à motivação e ao caráter de Deus. A serpente insinua que Deus age por inveja e medo de concorrência: “Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal” (Gn 3:5).
A promessa era de divindade, autonomia e conhecimento ilimitado, apelando diretamente ao orgulho e à ambição humana.
Desejos do coração humano
Mais do que um simples engano, a estratégia da serpente foi um ataque direcionado àquilo que se pode chamar de vontade de poder de Eva. A tentação foi realizada de moda a despertar desejos profundos da alma humana, como, autonomia, conhecimento e auto elevação.
Desejo de conhecer
Primeiramente, a Serpente despertou o desejo por um conhecimento secreto e proibido. Ao sugerir que o fruto daria a capacidade de ser “conhecedor do bem e do mal”, ela o apresentou como um caminho para ter acesso a conhecimento que apenas Deus tinha.
Isso transformou um ato de desobediência em uma aparente busca por sabedoria e iluminação. Essa busca, ocultava o desejo de não querer se submeter a Deus, de ser uma criatura com suas mesma capacidades.
Desejo por autonomia
Em segundo lugar, o ataque mirou a busca por autonomia. A conversa foi um convite para que Eva deixasse ser uma receptora da verdade de Deus e se tornasse sua própria autoridade moral.
Comer o fruto seria uma declaração de independência, o ato de decidir por si mesma o que é certo e errado. Novamente, ela não queria se subordinar ao Senhor.

Desejo de poder
Por fim, a promessa “sereis como Deus” foi a manifestação máxima da tentação. A serpente não ofereceu uma simples melhoria, mas a “chance” de apagar a elo de submissão da criatura, humanidade, a seu Criador.
Ela explorou a ambição humana de usurpar a posição de Deus, oferecendo uma aparente divindade conquistada pela força, em vez de uma santidade vivida em submissão.
O Juízo de Deus: As maldições e a profecias contra a Serpente
Após o pecado, e eventual Queda, de Adão e Eva, Deus confrontou o casal e a Serpente. Deus declara as maldições que recariam sobre eles, após a transgressão.
Focando na Serpente, Deus a amaldiçoa física e espiritualmente. O Senhor ainda declara que ela será derrotada e humilhada no final.
A maldição da Serpente
Em Gênesis 3:14 Deus declara: “Sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida”. As falas do Senhor nos leva a sua possíveis interpretações.
A Serpente perde seus membros
Na primeira interpretação, a Serpente, ou todas as cobras, no início possuíam membros e podiam caminhar sobre a Terra.
Após a entrada do pecado no mundo, como castigo, ela passou e toda a sua espécie foram condenadas se rastejar pelo chão.

A Serpente é rebaixada a uma posição de humilhação
Escritos da Antiguidade, como os Textos das Pirâmides do Egito, contêm feitiços que ordenam serpentes a “cair” ou “descer”, sugerindo que a ordem para rastejar é um comando de subjugação. Forçando o animal a uma postura de ataque e submissão [5].
A ordem de “comer pó” reforçaria essa imagem de derrota. Nesta visão, comer pó é uma metáfora para humilhação e morte, com o submundo sendo referido como a “casa do pó” (Jó 17:16). Essa segunda interpretação entende a maldição como uma sentença de rebaixamento e uma condenação à esfera da morte [6].
O Protoevangelium: A primeira promessa de Redenção
No centro da maldições declaradas por Deus aos trangressores, há um versículo de imensa importância teológica, conhecido como o Protoevangelium, ou o primeiro anúncio do Evangelho:
Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”.
Gênesis 3:15 (NVI)
Esta passagem estabelece um conflito espiritual que perdurará através da história humana. A “descendência da serpente” se refere àqueles que seguem seu caminho de engano e rebelião, os pecadores.
Enquanto o “descendente da mulher” aponta Cristo. Esta é a primeira promessa messiânica, que declara que o Messias viria para derrotar Satanás.
A profecia ainda prevê que Serpente infligiria um ferimento a este descendente (“ferirá o calcanhar”), o que é interpretado como o sofrimento e a morte de Cristo na cruz.
Mas apesar deste ferimento, o descendente da mulher venceria com um golpe definitivo (“ferirá a cabeça”). Uma alusão destruição total do poder de Satanás através da ressurreição e da vitória final de Cristo [7].

Cristo e a derrota final da Serpente
A narrativa bíblica, que começa com a aparente vitória de Satanás no Éden, termina com sua derrota total e definitiva por meio de Jesus Cristo. O confronto entre Cristo e Satanás, a “antiga serpente”, é a concretização da promessa de Gênesis 3:15.
Na tentação no deserto, Cristo triunfou onde Adão falhou, respondendo às distorções da serpente com a autoridade da Palavra de Deus (Mat 4:1-11).
A crucificação, que parecia ser o momento do “ferimento no calcanhar”, foi, na verdade, o ato que esmagou a cabeça da serpente. Na cruz, Cristo desarmou os poderes e principados (Cl 2:15) e destruiu aquele que detinha o poder da morte, isto é, o diabo (Hb 2:14).
A vitória final de Cristo
A vitória final é descrita em Apocalipse, onde a antiga serpente, o dragão, trava sua última batalha, mas é derrotada e lançada no lago de fogo, sendo selada para sempre (Ap 20:10).
Este é o cumprimento final da promessa feita no jardim. A serpente, que introduziu a dúvida, a rebelião e a morte, é finalmente destruída pelo Descendente da mulher, que trouxe a verdade, a obediência e a vida eterna.
A natureza da Serpente
Além da capacidade de falar e ter consciência, a Serpente se demonstra como um ser persuasivo, de boa retórica, e manipulador. Ela tinha conhecimento do das ordens de Deus para Adão e Eva, além de compreender o coração humano a ponta de saber como tentá-lo.
Essas características da Serpente levou a diversos embates teológicos para compreender sua natureza e papel na Criação.
Dentre as controvérsias sobre sua natureza, estava o entendimento se a Serpente era de fato uma animal literal ou apenas uma figura de linguagem, um exemplo, utilizado para ilustrar algo.
Uma representação do desejo sexual de Eva
Na literatura rabínica midráshicas, por exemplo, surgiram ideias que viam a Serpente como uma representação do desejo sexual ou do yetzer hará, a inclinação para o mal inerente ao ser humano [3].
Nesta visão, o animal seria uma alusão ao desejo sexual de Eva. Não um desejo sexual saudável, mas sim um desejo imoral e impuro.
Essa visão acaba caindo em descrédito pelo fato do texto bíblico deixar claro que o pecado só entrou na humanidade, após Adão e Eva comerem do fruto. Antes deste ocorrido eles não possuíam impulsos pecaminosos.
Antes da Queda, Eva jamais poderia ter desejado pecar com Adão. Sua natureza desconhecia essa possibilidade. Essa alternativa só surgiu a partir da tentação feita pela Serpente.

Um animal literal, que perdeu a capacidade de andar
O escritor e filósofo iluminista François-Marie Arouet, acreditava que a Serpente era de fato um animal literal. Porém um animal completamente diferente das cobras de nosso tempo.
Em sua visão, ela possuía membros, como braços e pernas, mas que acabou os perdendo após ser amaldiçoado por Deus [4].
Sua visão apenas descreve a compreensão mais comum do relato bíblico de Gênesis 3.
“Por ter feito isso, maldita é você entre todos os animais de rebanho e entre todos os animais do campo! Você rastejará sobre o seu ventre e comerá pó todos os dias da sua vida.”
Gênesis 3:14 (NVI)
Uma representação do “impulso a tentação”
Gerhard von Rad, um estudioso do Antigo Testamento, argumento que, na mente do narrador original de Gênesis, a Serpente funcionava mais como uma representação do impulso à tentação.
Sua visão acaba transferindo a origem do mal para fora do ser humano, uma fonte externa a nossa natureza.
Von Rad não definia o que poderia ser essa fonte. Ela poderia ser um poder demoníaco, como Satanás, ou uma outra natureza ou ser cósmico.
Gerhard afirmou que “na ‘tentação’ […], a preocupação é com um processo completamente não mítico… trata-se apenas do homem e de sua culpa” [2].
Nesta visão o ser humano teria uma inclinação a “desejar ser tentado”. Algo que parece ser um tanto incoerente, visto que a nossa natureza pecaminosa nós leva até o pecado, e não o contrario, de trazer o pecado até nós.
Von Rad também não explica como seria possível o ser humano influenciar uma natureza externa a sua. E ainda de modo que esta fosse capaz de interferir, e até levar a corrupção, de sua natureza humana.

Identidade da Serpente
Embora o relato bíblico de Gênesis não use o nome “Satanás” para se referir a Serpente, a revelação progressiva das Escrituras e a análise etimológica da palavra hebraica Nāḥāš indicam essa relação entre os dois.
Dessa forma, ela não era um animal comum, mas sim uma personificação que Satanás usou para se aproximar de Eva.
A etimologia de “Nachash“
A raiz da palavra hebraica Nāḥāš (נָחָשׁ) está ligada não apenas a “serpente”, mas também a conceitos como “adivinhação” e “brilho”. A palavra hebraica para bronze, nehoshet, compartilha a mesma raiz de Nachash, trazendo uma imagem de brilho metálico ao animal [8].
Para alguns estudiosos do Antigo Testamento, esse brilho está associado a seres celestiais, como anjos. Não a anjos comuns, mas exatamente a serafins, que literalmente significam “ardentes” ou “brilhantes” [9].

Apocalipse: A “Antiga Serpente”
A identidade da Serpente só é realmente revelada no livro de Apocalipse, no Novo Testamento. No qual João, autor do livro, conecta Satanás diretamente a Serpente do Éden.
O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançado à terra.
Apocalipse 12:9 (NVI)
Próximo ao fim do livro, em Apocalipse 20:2, João faz novamente essa associação a Satanás. Mas dessa vez, ele é preso no Abismo para não enganar mais as pessoas, como fez no princípio com Eva.
Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o acorrentou por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs um selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações até que terminassem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.
Apocalipse 20:2-3 (NVI)
Estes dois trechos deixam claro como a tentação de Adão e Eva no Éden não foi um evento de momento, mas sim uma ação orquestrada por Satanás para levar a humanidade a Queda. Uma maneira de levar os seres humanos a se afastarem de Deus.
Para alguns estudiosos, Satanás utilizou a Serpente como um disfarce para se aproximar de Eva e enganá-la.
Para outros, Satanás passou por uma “evolução”. Partindo de um animal que vivia no Éden, para progressivamente se tornar, ou se revelar, como o grande inimigo da humanidade [11]. Grande inimigo este, que só foi totalmente desmascarado, ou se formado, com a revelação de Cristo. E entendido com o trabalho dos apóstolos.
A Serpente em escritos extra bíblicos
A figura da Serpente do Éden influenciou diversos escritos extra bíblicos, estando presente em textos dos povos antigos e tradições/culturas do Antigo Oriente.
Ela se encontra faz presente em diversos escritos apócrifos, e em seitas que surgiram ao longo da história da Igreja. Esses escritos e seitas acabam negando a descrição bíblica, atribuindo poder, autoridade e reverência a Satanás.
Sendo interpretada como um ser capaz de curar, salvar e libertar a humanidade de uma suposta ignorância imposta por Deus.
A Serpente em livros apócrifos e deuterocanônicos
Um dos primeiros escritos, extra bíblico, a conectar a Serpente com o diabo é o livro deuterocanônico “Sabedoria de Salomão”. Nesta obra, seu autor afirma que “foi por inveja do diabo que a morte entrou no mundo” (Sabedoria 2:24), se referindo à tentação no Éden [12].
No apócrifo “Apocalipse de Moisés”, também conhecido como “A Vida de Adão e Eva”, Satanás não é a Serpente, mas sim um ser que trabalha com ela com o objetivo de levar a humanidade a Queda [13].
A Serpente no Gnosticismo
Através de sua visão dualista, que distinguia o Deus do Antigo Testamento (Demiurgo) do Deus do Novo Testamento, o Gnosticismo colocava a Serpente como uma heroína e não uma “vilã”. [14]
Eles a entendiam não como um ser que buscava tentar a humanidade, mas sim um mensageiro do Deus Supremo do Novo Testamento, enviado para libertar a humanidade da prisão de ignorância imposta pelo Demiurgo (Deus do Antigo Testamento). [14]
Ao convencer Adão e Eva a comerem do fruto, ela lhes concede a gnose (conhecimento espiritual), permitindo que eles tomassem consciência de sua natureza divina interior. Grupos como os ofitas e os naassenos veneravam a serpente como um símbolo de sabedoria e libertação [15].

Teorias sobre a origem de Iahweh e a Serpente
Alguns acadêmicos e mitologistas, como Joseph Campbell, proporam teorias que conectam as origens de Yahweh a um culto mais antigo. No qual uma divindade-serpente poderia ter sido o esposo da deusa-mãe Aserá [18].
Campbell e outros apontam para supostas semelhanças entre práticas do antigo “Yahwismo” e o culto ao deus egípcio Set, bem como paralelos entre Yahweh e a lenda do monstro grego que tinha aparência de serpente com, Tifão [18].
Estas teorias defendem que a demonização da Serpente no Gênesis pode ter sido parte de um esforço dos antigos israelitas para distinguir sua fé monoteísta dos cultos politeístas e naturalistas de seus vizinhos, que frequentemente davam à serpente um lugar de honra [18].
O culto à Serpente no Antigo Oriente
Além dos dos gnósticos, evidências arqueológicas mostram que o culto à Serpente era extremamente difundido em civilizações pagãs que cercavam Israel. Objetos de culto da Idade do Bronze foram encontrados em cidades cananeias como Megido, Gezer e Hazor. [16]
Entre os sumérios, o deus da fertilidade e da cura, Ninguiszida, era frequentemente representado como uma cobra com cabeça humana. [16]
Na Babilônia, imagens de cobras de bronze guardavam as entradas de templos sagrados como o de Esagila [16].
Para muitas dessas culturas, a imagem da cobra enrolada em um ovo era um símbolo poderoso da criação do universo, representando o ciclo de vida, morte e renascimento [17].

Significado de Serpente no hebraico
A palavra hebraica para serpente é Nachash (נָחָשׁ). Sua raiz está associada não apenas ao animal, mas também a conceitos como “adivinhar” ou “praticar adivinhação” [1].
Alguns estudiosos conectam a palavra a “brilhar” ou ao brilho do bronze (nehoshet), sugerindo que a criatura no Éden poderia ser um “ser brilhante” [10].
Aprenda mais
[Vídeo] Teológico | Bíblia & Teologia.
[Vídeo] Quem era a serpente que enganou a mulher em Gênesis? – Pr. Marcos Granconato. Igreja Batista Redenção.
Perguntas comuns
Nesta seção apresentamos as principais perguntas, com as respostas, que as pessoas fazem sobre este personagem tão importante da Bíblia e história da humanidade.
Quem era a serpente no Jardim do Éden?
A Bíblia, especialmente em Apocalipse 12:9, identifica a serpente no Jardim do Éden como Satanás, o diabo. Ele enganou Adão e Eva, levando-os a desobedecer a Deus e introduzindo o pecado.
O que significa a serpente no Jardim do Éden?
A Serpente no Jardim do Éden é uma representação de Satanás. Uma forma que ele se apresenta a Eva, para levá-la ao pecado.
A serpente do Jardim do Éden falava?
A Bíblia é muito clara em descrever que a Serpente do Jardim do Éden falava. Ela se comunicou com Ela, distorcendo a ordem de Deus de não comer do fruto para levá-la ao pecado da desobediência.
Como era a serpente antes de Deus amaldiçoá-la?
Há diversas interpretações sobre a aparência e como era a Serpente antes de sua maldição. A mais comum diz que ela era um animal que caminhava sobre a Terra, podendo duas ou mais pernas.
Fontes
[1] Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon (BDB)
[2] Rad, G. von. (1972). Genesis: A Commentary. Westminster John Knox Press.
[3] Interpretações rabínicas citadas em fontes como o Midrash Rabbah.
[4] Voltaire, F. (1764). Verbete “Serpent” em Dictionnaire philosophique.
[5] Referências aos Textos das Pirâmides, como citado em estudos do Antigo Oriente Próximo.
[6] Walton, J. H. (2001). Genesis: The NIV Application Commentary. Zondervan.
[7] Mathews, K. A. (1996). Genesis 1-11:26 – The New American Commentary. B&H Publishing Group.
[8] Gesenius, W. (1847). Hebrew and Chaldee Lexicon to the Old Testament Scriptures.
[9] Hendel, R. S. (1999). “When God Looked Away: An Interpretation of the Adam and Eve Story.” Bible Review.
[10] Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento (DITAT), no Brasil publicado pela Edições Vida Nova
[11] Kelly, H. A. (2006). Satan: A Biography. Cambridge University Press.
[12] Sabedoria de Salomão 2:24.
[13] Charlesworth, J. H. (Ed.). (1983). The Old Testament Pseudepigrapha, Vol. 2.
[14] Pagels, E. (1979). The Gnostic Gospels. [15] Layton, B. (1987). The Gnostic Scriptures: A New Translation with Annotations and Introductions.
[16] Van der Toorn, K., Becking, B., & van der Horst, P. W. (Eds.). (1999). Dictionary of Deities and Demons in the Bible.
[17] Pike, A. (1871). Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry.
[18] Campbell, J. (1962). The Masks of God: Occidental Mythology.
- Santificação – 23 de agosto de 2025
- Serpente do Éden (Bíblia) – 22 de agosto de 2025
- Esrom – 21 de agosto de 2025