Maná foi um alimento misterioso enviado por Deus durante o período de 40 anos em que os israelitas caminharam pelo deserto antes de entrar na Terra Prometida. Ele aparecida em volta do acampamento israelita todas as manhãs, com exceção do sábado. Era descrito com a aparência de flocos brancos e com o sabor de bolo de mel.
Neste artigo apresentamos um pouco da narrativa bíblicas e explicações científicas acerca deste alimento fornecido por Deus aos israelitas.
História bíblica do Maná
Como descrito em Êxodo 16, o maná era um material misterioso que surgia todas as manhãs, exceto aos sábados, cobrindo o solo como orvalho, depois deste evaporar. Ele era descrito como pequenos flocos brancos, semelhante a uma geada, tinha um sabor comparado a bolos de mel (Ex 16:31).
Ele era recolhido todas as manhãs. Os israelitas o moíam, cozinhavam, assavam para preparar bolos ou apenas os comia puro.
Conforme orientação do Senhor, os israelitas deveriam recolher apenas a porção necessária para um dia, com exceção de sábado.

No sexto dia recolheram o dobro: dois jarros para cada pessoa; e os líderes da comunidade foram contar isso a Moisés, que lhes explicou:
“Foi isto que o Senhor ordenou: ‘Amanhã será dia de descanso, sábado consagrado ao Senhor. Assem e cozinhem o que quiserem. Guardem o que sobrar até a manhã seguinte’ “. E eles o guardaram até a manhã seguinte, como Moisés tinha ordenado, e não cheirou mal nem criou bicho. “Comam-no hoje”, disse Moisés, “pois hoje é o sábado do Senhor. Hoje, vocês não o encontrarão no terreno. Durante seis dias vocês podem recolhê-lo, mas, no sétimo dia, o sábado, nada acharão. “
Êxodo 16:22-26 (NVI)
Outras passagens, como Deuteronômio 8:3, Neemias 9:15 e Salmos 78:23-25, destacam este alimento como um sinal do poder e da bondade de Deus.
O primeiro envio do maná
A Bíblia nos diz que Deus enviou o maná quando os israelitas reclamaram da falta de comida durante a peregrinação pelo deserto. Descrito como o “cereal do céu”, o alimento foi uma provisão do Senhor para sustentar o povo.
No deserto, toda a comunidade de Israel reclamou a Moisés e Arão.
Disseram-lhes os israelitas: “Quem dera a mão do Senhor nos tivesse matado no Egito! Lá nos sentávamos ao redor das panelas de carne e comíamos pão à vontade, mas vocês nos trouxeram a este deserto para fazer morrer de fome toda esta multidão! “
Disse, porém, o Senhor a Moisés: “Eu lhes farei chover pão do céu. O povo sairá e recolherá diariamente a porção necessária para aquele dia. Com isso os porei à prova para ver se seguem ou não as minhas instruções.
Êxodo 16:2-4 (NVI)
Alguns imaginam que o maná caía do céu como uma “chuva”. Entretanto a Bíblia explica que ele surgia todas as manhãs na superfície do deserto, após o orvalho evaporar, assemelhando-se a “escamas finas como a geada sobre a terra” (Ex 16:14).
As regras sobre o maná
O maná surgia todas as manhãs, exceto aos sábados, e os israelitas podiam coletar um ômer por pessoa, equivalente a cerca de 2 litros.
Coletar além do permitido era inútil, pois ele apodrecia se guardado para o dia seguinte. Somente às sextas-feiras era permitido coletar o dobro, para suprir o sábado, quando não havia alimento. Essa porção para o sábado devia ser preparada, assada ou cozida, antes de armazenada (Ex 16:4,5,16-30).
Arão guarda uma porção do maná
A Bíblia relata que Arão guardou uma medida como memorial da provisão de Deus, armazenada em um pote de ouro dentro da Arca da Aliança.
Então Moisés disse a Arão: “Ponha numa vasilha a medida de um jarro de maná, e coloque-a diante do Senhor, para que seja conservado para as futuras gerações”.
Em obediência ao que o Senhor tinha ordenado a Moisés, Arão colocou o maná junto às tábuas da aliança, para ali ser guardado.
Êxodo 16:33-34 (NVI)
Duração do fornecimento do maná
O livro do Êxodo relata que os israelitas consumiram maná por 40 anos, começando no décimo quinto dia do segundo mês (15 de Iyar), até chegarem a uma terra habitada e às fronteiras de Canaã, ocupada pelos cananeus.
Ele deixou de aparecer no dia seguinte ao festival da Páscoa (14 de Nisan), quando os israelitas chegaram a Gilgal, conforme descrito no Livro de Josué. Tomando literalmente, o período de 15 de Iyar a 14 de Nisan corresponde a 40 anos menos um mês.
Há divergências entre escritores rabínicos clássicos sobre o momento exato do fim deste alimento, especialmente se ele continuou após a morte de Moisés por mais 40 dias, 70 dias ou 14 anos. Segundo Joshua ben Levi, o alimento cessou no momento da morte de Moisés.
Apesar do término do fornecimento, como mencionado, Arão guardou um pouco deste alimento na Arca da Aliança, para lembrança das futuras gerações.

Desaparecimento do maná
Em Hebreus 9:4-5 é dito que o pote era feito de ouro e foi armazenado dentro da Arca. Fontes rabínicas clássicas sugerem que o pote era de ouro e que permaneceu, para alguns, apenas até a geração seguinte a Moisés, enquanto outros acreditam que durou até a época de Jeremias.
No entanto, o 1 Reis indica que o pote já havia se perdido durante o reinado de Salomão, no século X a.C. Críticos da forma atribuem a menção do pote à tradição sacerdotal, sugerindo sua existência no início do século VI a.C.
Na arca havia só as duas tábuas de pedra que Moisés tinha colocado quando estava em Horebe, onde o Senhor fez uma aliança com os israelitas depois que saíram do Egito.
1 Reis 8:9 (NVI)
Explicações naturais do maná
Alguns estudiosos tentaram explicar o maná por fenômenos naturais. Em 1927, Friedrich S. Bodenheimer sugeriu que ele poderia ser uma substância doce excretada por insetos em tamargueiras do deserto do Sinai, cristalizando-se em partículas semelhantes a geada.
Contudo, essa teoria enfrenta limitações, dentre elas:
- A substância gerada pela tamargueira aparece apenas em junho e julho, em quantidades insuficientes para alimentar uma nação.
- Diferentemente do alimento bíblico, que não podia ser armazenado (exceto para o sábado) e permitia cozimento ou assamento, a substância da tamargueira dura dias e não suporta assamento.

Outra proposta menciona “flocos brancos” encontrados na Missão Adventista do Sétimo Dia da Namba, em Angola, desde 1939, com análises indicando frutose, glicose, sais minerais e aminoácidos. Apesar de nutritivos, esses flocos não correspondem ao relato bíblico, que destaca a origem milagrosa e seu fim quando Israel entrou na Terra Prometida (Js 5:12). [1]
Jesus e o maná
No Evangelho de João, Jesus compara o maná a Si mesmo. Os judeus lembraram que seus antepassados comeram este alimento enviado por Deus no deserto. Jesus disse que aquele pão do passado alimentava o corpo, mas não dava vida eterna, pois todos morreram.
Cristo, porém, é o “pão da vida” verdadeiro e quem crê em Jesus e O segue encontra vida eterna e nunca fica com fome ou sede espiritual.
Os nossos antepassados comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão do céu’”.
João 6:31 (NVI)
Em Apocalipse 2:17, Jesus promete à igreja em Pérgamo o “maná escondido” para quem vencer. Isso pode lembrar o alimento guardado na Arca da Aliança como sinal do cuidado de Deus.
Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei do maná escondido. Também lhe darei uma pedra branca com um novo nome nela inscrito, conhecido apenas por aquele que o recebe.
Apocalipse 2:17
Significado de maná
O nome “maná” vem do hebraico man hu (“Que é isto?”), uma expressão de espanto dos israelitas ao depararem-se com esse alimento milagroso (Ex 16:15).
Aprenda mais
[Vídeo] O Enigma do Maná no Deserto – Significado Hebraico. Profa. Karla Damasceno.
Perguntas comuns
Nesta seção apresentamos as principais perguntas, com suas respectivas respostas, acerca deste termo teológico.
O que a Bíblia fala sobre o maná?
De acordo com a Bíblia, o maná era enviado diariamente e não podia ser armazenado para o dia seguinte. No entanto, às sextas-feiras, Deus enviava uma porção maior, que podia ser guardada para o sábado sem se estragar, já que nesse dia não era fornecido.
Que tipo de alimento era o maná?
Os israelitas descreviam o maná como semelhante e “semente de coentro, branco e com gosto de bolo de mel.” (Ex 16:31).
O que era o maná de Deus?
Segundo a Bíblia, o maná foi dado por Deus aos israelitas durante sua peregrinação no deserto, após deixarem o Egito. Descrito como uma substância branca, parecida com sementes de coentro e com sabor de bolo de mel, ele surgia no chão todas as manhãs. Deus forneceu este alimento por 40 anos, até que os israelitas chegaram à Terra Prometida.
Fontes
[1] Thiago chagas (25 de dezembro de 2013). «Pastor testemunha que alimento ainda cai em regiões da África – Universidade fez análise do material e atestou ser próprio para o consumo». Gospel Mais.
- Jardim do Éden – 3 de outubro de 2025
- Onã filho de Jerameel – 1 de outubro de 2025
- Onã – 1 de outubro de 2025